DOENÇA DESMIELINIZANTE SECUNDÁRIA A TERAPÊUTICA COM ANTI-TNF αLFA
Doenças cérebro-vasculares e neurológicas - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO081 - Resumo ID: 971
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte - Hospital de Santa Maria
Ryan Costa Silva, Joana Rodrigues dos Santos, Tânia Vassalo, Joana Rosa Martins, Lígia Peixoto, José Luís Ducla Soares
Introdução: Os inibidores do factor de necrose tumoral (anti-TNFα) são fundamentais na abordagem de algumas doenças imunomediadas, nomedamente da doença inflamatória intestinal. Uma potencial associação entre os anti-TNFα – particularmente etanercept e infliximab – e a doença desmielinizante foi sugerida embora ainda não comprovada.
Caso clínico: Os autores apresentam o caso de um homem de 47 anos, com doença de Crohn com envolvimento ileocólico, perianal com fenótipo fistulizante e sacroileíte, submetido previamente a colectomia total e ressecção ileal e sob terapêutica anti-TNFα com adalimumab. Dos restantes antecedentes de referir diagnóstico prévio de sífilis primária, medicada com penicilina benzatínica e com serologias VDRL em cinética descendente. O doente foi admitido por quadro com um mês de evolução de diminuição progressiva da força no membro inferior esquerdo de predomínio distal com parestesias, ataxia e, na véspera do internamento, com episódio de crise convulsiva tónico clónica generalizada. Ao exame neurológico, destacava-se plegia nos movimentos de flexão e extensão do pé e hallux esquerdos, sinais piramidais com hiperreflexia no membro inferior esquerdo com aumento da área e diminuição do limiar, presença de clónus aquilianos e sinal de Babinski à esquerda. A TC crânio-encefálica mostrou hipodensidade justacortical na alta convexidade frontal direita sem áreas de captação após administração de contraste, correspondente em RM a lesão desmielinizante inflamatória frontal direita, salientando-se ausência de lesões medulares. A análise do líquor excluiu etiologias infeciosas, neoplásica e presença de bandas oligoclonais. Foram colocadas como principais hipóteses diagnósticas desmielinização em contexto de esclerose múltipla ou secundária a terapêutica com adalimumab, versus vasculite do sistema nervoso central (SNC). Avaliação por RM com estudo de difusão excluiu vasculite do SNC. Foi suspensa terapêutica com adalimumab verificando-se melhoria paulatina dos défices neurológicos.
Discussão: Embora uma relação causal seja difícil de comprovar, após exclusão de outras etiologias, pode-se neste caso colocar a hipótese de doença desmielinizante secundária a adalimumab. Estão descritos casos de desmielinização em contexto de terapêutica com anti-TNFα, sendo no entanto um efeito secundário muito raro e até à data sem casos relatados em doentes sob adalimumab.
Caso clínico: Os autores apresentam o caso de um homem de 47 anos, com doença de Crohn com envolvimento ileocólico, perianal com fenótipo fistulizante e sacroileíte, submetido previamente a colectomia total e ressecção ileal e sob terapêutica anti-TNFα com adalimumab. Dos restantes antecedentes de referir diagnóstico prévio de sífilis primária, medicada com penicilina benzatínica e com serologias VDRL em cinética descendente. O doente foi admitido por quadro com um mês de evolução de diminuição progressiva da força no membro inferior esquerdo de predomínio distal com parestesias, ataxia e, na véspera do internamento, com episódio de crise convulsiva tónico clónica generalizada. Ao exame neurológico, destacava-se plegia nos movimentos de flexão e extensão do pé e hallux esquerdos, sinais piramidais com hiperreflexia no membro inferior esquerdo com aumento da área e diminuição do limiar, presença de clónus aquilianos e sinal de Babinski à esquerda. A TC crânio-encefálica mostrou hipodensidade justacortical na alta convexidade frontal direita sem áreas de captação após administração de contraste, correspondente em RM a lesão desmielinizante inflamatória frontal direita, salientando-se ausência de lesões medulares. A análise do líquor excluiu etiologias infeciosas, neoplásica e presença de bandas oligoclonais. Foram colocadas como principais hipóteses diagnósticas desmielinização em contexto de esclerose múltipla ou secundária a terapêutica com adalimumab, versus vasculite do sistema nervoso central (SNC). Avaliação por RM com estudo de difusão excluiu vasculite do SNC. Foi suspensa terapêutica com adalimumab verificando-se melhoria paulatina dos défices neurológicos.
Discussão: Embora uma relação causal seja difícil de comprovar, após exclusão de outras etiologias, pode-se neste caso colocar a hipótese de doença desmielinizante secundária a adalimumab. Estão descritos casos de desmielinização em contexto de terapêutica com anti-TNFα, sendo no entanto um efeito secundário muito raro e até à data sem casos relatados em doentes sob adalimumab.