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INFEÇÃO POR INFLUENZA NUMA ENFERMARIA DE MEDICINA EM 2017/2018
Doenças respiratórias - Comunicação
Congresso ID: CO078 - Resumo ID: 983
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte
Inês SF da Silva, Beatriz Valente Silva, Marco Lopes Pires, Ana de Matos Valadas, Sofia Antunes Duarte, Daniel Costa Gomes
Introdução: A infeção por vírus Influenza A ou B causa uma doença respiratória aguda que apesar de ser frequentemente auto-limitada, tem maior risco de declínio funcional, complicações e morte em idosos e doentes com comorbilidades. Nos climas temperados ocorrem surtos anuais durante o Inverno. A vacinação anual é uma importante medida de saúde pública para prevenir a infeção e diminuir a mortalidade. Em Portugal, na época 2017/2018 houve uma taxa de cobertura elevada (1,2 milhões de vacinados).

Objetivos: Estudar e caracterizar a população internada com infeção por vírus Influenza, numa enfermaria de Medicina de um hospital terciário num período de 6 meses que inclui o período epidémico.

Material e métodos: estudo retrospetivo, através da consulta do processo clínico e do registo de saúde eletrónicos, de doentes internados num serviço de Medicina Interna. Foram incluídos os doentes internados de Novembro de 2017 a Abril de 2018, correspondente à época sazonal de gripe 2017/2018 em Portugal. Selecionados os doentes com diagnóstico de infeção por influenza no período definido, tendo sido analisados os dados clínicos, da vacinação, complicações e mortalidade.

Resultados: Foram incluídos 30 doentes, 63% mulheres, com idade média de 74±19 anos (80% com idade ≥65 anos). A maioria foi internada entre Janeiro e Fevereiro de 2018 (73%), sendo a quase totalidade proveniente de domicílio próprio (83%). 63% dos casos provocados por Influenza B, 37% por Influenza A, e destes, 46% H1N1 e 36% H3N2; 36% não vacinados, 13% vacinados e 50% com vacinação desconhecida. 60% dos residentes em lar não se encontravam vacinados. Verificaram-se 3 casos de pneumonia primária a Influenza e sobreinfecção bacteriana em 83% dos casos, sendo que destes últimos, 80% apresentavam ≥1 comorbilidade (Insuficiência Cardíaca (IC), Neoplasia, Diabetes Mellitus (DM) ou Doença Respiratória (DR)). Sem casos de miosite, rabdomiólise, encefalite e mio/pericardite. A mortalidade foi de 3,3% (1 caso).

Conclusões: A predominância de infeção por vírus Influenza B na época 2017/2018 e preponderância de internamentos nos meses de Janeiro e Fevereiro, que corresponde ao pico da gripe, está de acordo com os dados publicados pela DGS-INSA. A maioria dos doentes internados teve como complicação a sobreinfeção bacteriana e associaram-se a comorbilidades como IC, Neoplasia, DM ou DR, o que sustenta a base de recomendação vacinal. Como limitações deste estudo destaca-se a reduzida amostra que não permite obter conclusões sobre o impacto da vacinação na mortalidade e o número significativo de doentes com estado de vacinação desconhecido.
É imperativa a vacinação contra o vírus Influenza uma vez que poderá ter impacto não só na diminuição de complicações como na diminuição do número de internamentos. Assim, é necessário melhorar a taxa de vacinação nos grupos de risco.