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RENTABILIDADE DOS EXAMES CULTURAIS NAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
Doenças respiratórias - Comunicação
Congresso ID: CO080 - Resumo ID: 992
Hospital de Egas Moniz - Centro Hospitalar Lisboa Ocidental
Diogo Costa Santos, Dora Lameiras, Joana Vaz, Graça Lérias, Isabel Madruga
Introdução: As infeções respiratórias representam um desafio pelas limitações dos exames diagnósticos disponíveis e importância da instituição precoce de antibióticos. Os exames culturais constituem um auxiliar na orientação terapêutica, recomendados em casos de gravidade com indicação para internamento hospitalar.
Objetivo: Avaliar a rentabilidade dos exames culturais obtidos em doentes com infeções do trato respiratório com critérios de internamento.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo de doentes com diagnóstico de saída de pneumonia ou traqueobronquite aguda, internados num serviço de Medicina entre Outubro e Dezembro de 2018, avaliando-se amostras de expectoração, hemoculturas e pesquisa de antigénios urinários colhidas previamente ao início de antibióticos.
Resultados: Incluídos 57 doentes com média de idades de 83,2 anos e diagnóstico de infeção respiratória, dos quais 61% (n=35) com pneumonia e os restantes 39% (n=22) com traqueobronquite aguda. Foram colhidas amostras de expectoração para estudo microbiológico em 39% dos doentes (n=22), correspondendo a 43% (n=15) de todos os doentes com pneumonia e a 32% (n=7) dos doentes com traqueobronquite aguda. Na pneumonia foram obtidos isolamentos microbacteriológicos em 60% (n=9) das amostras colhidas, correspondendo a identificação de agente etiológico em 26% de todas as pneumonias internadas no serviço. Na traqueobronquite aguda foram obtidos isolamentos culturais em 43% (n=3) das amostras colhidas, correspondendo a uma identificação bacteriológica em 14% de todas as traqueobronquites agudas internadas no serviço. Hemoculturas foram colhidas em 35% das infeções respiratórias (n=20), mais precisamente em 37% (n=13) dos casos de pneumonias e em 32% (n=07) de todas as traqueobronquites agudas. Na pneumonia foram obtidos isolamentos microbacteriológicos em 23% (n=3) das hemoculturas colhidas, correspondendo a identificação de agente etiológico em 9% de todas as pneumonias internadas no serviço. Na traqueobronquite aguda obteve-se isolamentos culturais em 14% (n=1) das amostras colhidas, com isolamento bacteriológico em 4% de todos os casos de traqueobronquite aguda. Adicionalmente foram pesquisados antigénios urinários (Streptoccocus pneunomiae e/ou Legionella pneumophila) em 40% (n=23) dos doentes com diagnóstico de infeção respiratória, sendo mais frequente a pesquisa de antigénios para ambos os agentes (70%, n=16). Foram obtidos resultados positivos para S. pneumoniae em 13% (n=3) das amostras e nenhum caso positivo para Legionella.

Conclusões: A percentagem de isolamento etiológicos em amostras de expectoração demonstra a fraca sensibilidade e dificuldade na sua adequada aquisição. O número de isolamentos em hemoculturas reitera estudos prévios que sugerem colheitas apenas em apresentações mais graves. Os resultados da pesquisa de antigénios urinários para S.pneumoniae foram inferiores ao esperado do patógeno mais frequentemente associado a hospitalizações por pneumonia.