A meningite bacteriana é uma situação de emergência médica e que apresenta um elevado risco de mortalidade e morbilidade. Como tal, o diagnóstico de possíveis causas reversíveis é de extrema importância.
Mulher, 72 anos, antecedentes de HTA, dislipidemia, DPOC, diabetes mellitus tipo 2. Queixas de cefaleia, febre, rinorreia e tosse, com 1 semana de evolução, tendo recorrido ao SU por esses sintomas. Internamento prévio por Meningite por Streptococcus pneumoniae. Doente foi internada por traqueobronquite com insuficiência respiratória tipo 1. Melhoria progressiva das queixas respiratórias com desmame progressivo da oxigenoterapia e apirexia sustentada. Por rinorreia persistente, líquido tipo “água de rocha”, e episódio prévio de meningite, foi realizada pesquisa de glicose do líquido com valor de 72mg/dL (superior a dois terços do valor sérico). Devido a alta suspeita de fístula cefalorraquidiana, foi solicitada TC base do crâneo e seios nasais que foi a favor da suspeita clínica, tendo sido realizada RMN para confirmação (“solução de continuidade na região da lâmina crivosa, entre os recessos olfativos, com possível meningocelo, provável fístula de líquor”). Colaboração solicitada a Otorrinolaringologia para correção, tendo sido agendada cirurgia.
A presença de uma fístula de líquido cefalorraquidiano (LCR), podendo ser de origem traumática ou não traumática, quando presente, está associado a um maior risco de meningite por Streptococcus pneumoniae. A correção deve ser realizada o mais rapidamente possível para prevenção de possíveis complicações agudas.