Hospital de Cascais

Um homem de 47 anos, com história de etanolismo marcado, é levado ao Serviço de Urgência após queda da própria altura com traumatismo cranioencefálico. À observação encontrava-se prostrado e pouco colaborante, pontuando 12 na Escala de Coma de Glasgow à custa de abertura ocular apenas ao estímulo verbal, produção de sons incompreensíveis e mobilização dos quatro membros segundo ordens. Ao exame neurológico sumário, sem alterações aparentes. Apresentava-se normotenso, bradicárdico e bradipneico embora com saturações de oxigénio adequadas. Evidência de otorragia à direita. Na avaliação analítica destacava-se etanolémia >3g/L. A TC-crânio documentou extensa pneumocefalia, hemorragia subaracnoideia insular esquerda, hematoma epicraniano parietal e sinais de hemotímpano. Apesar de o álcool representar eventual factor confundidor/contributivo para o afundamento do estado de consciência, foi transferido para o Serviço de Neurocirurgia e decidida estratégia invasiva com craniotomia e encerramento de fístula de líquido cefaloraquidiano. A evolução subsequente foi favorável, verificando-se recuperação de GCS para 15, sem qualquer défice sequelar.