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METASTIZAÇÃO CUTÂNEA MAMILAR E PÚBICA DE CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS
Doenças oncológicas - E-Poster
Congresso ID: P762 - Resumo ID: 1023
Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio - Unidade de Portimão. Serviço de Medicina Interna
Francisca Pulido Valente, Frederico Soares da Silva, Maria Inês Simões, Estela Ferrão, Maria José Grade, Helena Rita, Luísa Arez
METASTIZAÇÃO CUTÂNEA MAMILAR E PÚBICA DE CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS

Introdução: Doentes com carcinoma de células renais (CCR) desenvolvem metástases em 30% dos casos, principalmente por disseminação hematogénea, e mais frequentemente para os pulmões, fígado e osso, sendo a metastização cutânea um fenómeno muito raro, com incidência de 4-6%.

Caso clínico: Os autores apresentam o caso de um doente masculino, 80 anos, submetido a nefrectomia esquerda por CCR em 2009, sob quimioterapia com sunitinib que se apresenta na actualidade com lesões cutâneas de agravamento rápido nas regiões areólo-mamilar e púbica à esquerda.
Ao exame objectivo realça-se cicatriz de nefrectomia no flanco esquerdo e massa dolorosa na mesma região, múltiplas lesões nodulares eritemato-violáceas friáveis e sangrantes na região areólo-mamilar e região púbica esquerdas. Edema assimétrico do membro inferior homolateral.
Efectuou análises em que se destaca Hb 10.7 g/dL com MCV 74 fL e TC Toráco-Abdomino-Pélvica com evidência de disseminação neoplásica na loca de nefrectomia, área nodular irregular retro-areolar com invasão do mamilo, formação nodular na região púbica subcutânea, múltiplos nódulos pulmonares e adenopatias mediastínicas, axilares, inguino-femorais compatíveis com metástases.
Realizada biópsia tipo - punch da lesão cutânea mamilar que revelou aspectos histológicos e imunohistoquímicos compatíveis com metástase cutânea de carcinoma papilar renal (positividade para Citoqueratina 7, Vimentina e CD 15 e negatividade para Citoqueratina 20, TTF-1 e Tireoglobulina).

Discussão: A destacar neste caso, a raridade do aparecimento da metastização cutânea 9 anos após nefrectomia por CCR, em doente sob quimioterapia com inibidor de tirosina-cinase, o que implica necessidade de follow-up de longa duração.
Uma vez que o prognóstico destes doentes é desfavorável, com sobrevivência inferior a 6 meses após surgimento das lesões, o seu reconhecimento clínico reveste-se de maior importância.