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DOENÇA ATEROSCLERÓTICA E TROMBOEMBOLIA – CASO CLÍNICO
Doenças cardiovasculares - E-Poster
Congresso ID: P166 - Resumo ID: 1027
Centro Hospitalar Lisboa Ocidental - Hospital de São Francisco Xavier - Serviço de Medicina IV - Unidade de AVC
Duarte Calado, Teresa Mesquita, Nuno Ferreira, Ana Santos, Luís Campos
INTRODUÇÃO: A doença aterosclerótica afecta potencialmente as artérias coronárias, cerebrais, aorta e periféricas. Na sua patogénese está envolvida a lesão endotelial com disrupção do equilíbrio entre vários componentes. A progressão desta doença pode ocorrer de forma aguda, em que existe formação de um trombo e oclusão do lúmen arterial, dando origem a síndromes coronários e cerebrovasculares neste contexto. Estes condicionam internamentos de maior duração e com um elevado número de complicações, nomeadamente tromboembólicas.
CASO CLÍNICO: Homem, 65 anos, com antecedentes de HTA, dislipidémia, obesidade, DM tipo II com várias complicações vasculares, em que se destaca doença arterial periférica com amputação transtibial bilateral e cardiopatia isquémica com insuficiência cardíaca e internamento recente por SCA submetido a angioplastia com colocação de stents coronários. Internado por quadro ictal de disartria e hemiparesia atáxica esquerda, tendo sido diagnosticado um AVC isquémico do hemisfério direito, tendo sido submetido a terapêutica fibrinolítica e internado na UAVC. A reavaliação por TC-CE evidenciou presença de lesão hemorrágica no hemisfério esquerdo, associada a agravamento neurológico, tendo-se protelado instituição de anti-agregação, apesar de intervenção coronária recente. A D12 iniciou um quadro súbito de dispneia, toracalgia e tosse com hipotensão e dessaturação periférica, por tromboembolismo maciço bilateral, confirmado por angio-TC. Dada contra-indicação para trombólise, e na presença de critérios de gravidade, realizou tromboembolectomia com remoção do material trombótico. Após período de instabilidade, com internamento em UCI, foi posteriormente readmitido na unidade de AVC, tendo alta para o domicílio a D44 de internamento, com melhoria dos défices neurológicos iniciais, sem agravamento da lesão hemorrágica, mantendo actualmente programa de reabilitação em ambulatório. Durante o internamento e no seguimento posterior não foram identificados outros factores protrombóticos, para além dos factores de risco vascular referidos.
CONCLUSÃO: A patologia cardiovascular é a principal causa de morbimortalidade no mundo ocidental, verificando-se elevada prevalência de eventos vasculares no internamento hospitalar. O caso apresentado, com envolvimento vascular grave, ilustra a dificuldade de decisão quanto á instituição e gestão de terapêutica nestes doentes, bem como a importância de gestão multidisciplinar de forma a alcançar o melhor resultado clínico. A aposta inicial deve sempre assentar na prevenção da progressão dos factores de risco cardiovasculares, com modificações do estilo de vida no que diz respeito principalmente a hábitos nocivos, realização de exercício físico regular e uma alimentação adequada, bem como acompanhamento médico regular.