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PIOR A EMENDA QUE O SONETO
Doenças autoimunes, reumatológicas e vasculites - E-Poster
Congresso ID: P070 - Resumo ID: 102
Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães, Serviço de Medicina Interna
Margarida Cerqueira, David Paiva, Ana Costa, Olinda Miranda, Jorge Cotter
Introdução:
O lúpus induzido por fármacos é descrito como o desenvolvimento de sintomas semelhantes ao lúpus eritematoso sistémico idiopático, temporalmente relacionado à exposição a fármacos, havendo, comumente, a resolução do quadro com a suspensão do medicamento desencadeante.

Caso Clínico:
Mulher de 50 anos, com fatores de risco cardiovasculares e diagnóstico de Mal de Pott em Janeiro de 2018. Teve alta orientada para o centro diagnóstico pneumológico onde cumpriu 2 meses de terapêutica quádrupla encontrando-se no nono mês de terapêutica com isoniazida e rifampicina quando foi observada na consulta de Medicina e contava quadro com 2 meses de evolução de toracalgia de características pleuríticas e febre persistente, com picos diários na ordem dos 39ºC. Foi internada para estudo com suspeita inicial de disseminação de processo bacilífero – entretanto excluída. Manteve-se febril durante mais de 30 dias de internamento. Chamou à atenção um derrame pleural de pequeno volume sugestivo de serosite e um doseamento de anticorpo antinuclear positivo 1: 1280 homogéneo AC1. Face a esta informação, e à negatividade do restante estudo colocado em curso, foi decidida suspensão da isoniazida por suspeita de síndrome lupus like. Assintomática e apirética desde esse momento, teve alta para a consulta onde foi reavaliada tendo-se mantido há vários meses sem queixas ou intercorrências.

Discussão:
O lúpus farmacológico é uma condição descrita há mais de 60 anos. As características clínicas e laboratoriais dessa doença são similares ao LES idiopático, excepto pela resolução completa do quadro clínico com a suspensão do fármaco suspeito. A maioria dos artigos evidencia uma doença autolimitada, de leve a moderada gravidade. Mas já foi bem demonstrado que o quadro clínico pode ser grave, com manifestações eventualmente letais. Apesar de se tratar de um diagnóstico de exclusão, serve o presente caso clínico para realçar a importância da sua suspeita desde a primeira abordagem.