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CAROTIDINIA
Doenças cardiovasculares - E-Poster
Congresso ID: P155 - Resumo ID: 1051
Hospital Distrital de Santarém
Pedro Manata, Maria João Pinto, Raquel Almeida, João Matos Costa
INTRODUÇÃO: A carotidinia ou síndrome de Fay, caracteriza-se por dor laterocervical, continua ou intermitente, na região da artéria carótida. Pode estar relacionada com diversos processos vasculares e não vasculares. A carotidinia idiopática é mediada por uma resposta imunitária, que produz alterações na parede arterial. Estas alterações estruturais estão limitadas à adventícia, preservando o lúmen arterial, sem criar alterações hemodinâmicas.

CASO CLÍNICO: Mulher de 45 anos de idade, com história de eclampsia, foi enviada à consulta de Medicina Interna, por sensação de corpo estranho na região cervical direita, com 1 semana de evolução. Apresentava uma massa pulsátil direita, sem frémito, mas dolorosa. Realizou TAC cervical que mostrou placa de aterosclerose calcificada na bifurcação carotídea e espessamento da carótida interna direita com halo hipodenso em seu redor, traduzindo espessamento parietal unilateral. Para exclusão do diagnóstico de disseção e melhor caracterização vascular desta alteração, realizou Angio-TAC de corpo e Pescoço, que não mostrou qualquer alteração de permeabilidade ou defeitos de preenchimento dos vários trajetos arteriais. Iniciou terapêutica com naproxeno com boa evolução. O estudo analítico mostrou elevação da VS e da PCR, com melhoria subsequente; a nível imunológico foi detetada a presença de anticardiolipina e anti-B2-GPI IgM em títulos elevados, confirmados em segundo e terceiro doseamentos. Foi adicionado AAS e hidroxicloroquina ao esquema terapêutico, mantendo naproxeno. Foi repetido o angio-TAC mostrando melhoria do espessamento da carótida primitiva direita. Posteriormente teve recorrência minor relacionada com falha na adesão à terapêutica.

DISCUSSÃO: A carotidinia responde bem a AINES ou corticoides, tem habitualmente um curso benigno com resolução espontânea em semanas, com um período livre de sintomas, mas com eventual recorrência. Implica diagnóstico diferencial com patologia vascular, em especial dissecções e vasculites. Tem sido raramente descrita associada à presença de anticorpos antifosfolipido; neste caso não preenche critérios de Sindroma Anti-fosfolípidico, mas a doente mantém-se em seguimento.