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MEDICINA INTERNA E CO-GESTÃO DO DOENTE CIRÚRGICO – EXPERIÊNCIA DA UNIDADE DE APOIO A CIRURGIA VASCULAR (UACV)
Organização e gestão / novas formas de cuidados - Comunicação
Congresso ID: CO140 - Resumo ID: 1053
Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO)
Nuno Cercas Pinheiro, Catarina Gouveia, Catarina Ramos, Duarte Medeiros, Isabel Madruga
INTRODUÇÃO: A complexidade do doente cirúrgico, em particular do doente Vascular, torna muitas vezes necessária a colaboração da Medicina Interna por descompensação ab initium ou no decorrer do internamento de uma ou mais comorbilidades. O modelo de acção típica da Medicina Interna em regime de Consultoria tem sido Reactivo, com óbvias limitações associadas. O desenvolvimento de Modelos de Co-Gestão entre a Medicina Interna e outras Especialidades permite uma acção Pro-activa, abordando o doente do ponto de vista médico desde o inicio, antevendo e minimizando complicações e melhorando o nível de cuidados prestados ao doente. A Co-Gestão entre a Medicina Interna e a Cirurgia Vascular é inovadora em Portugal, existindo alguns estudos publicados na literatura internacional com bons resultados. OBJECTIVOS: Avaliar o impacto nos principais indicadores do internamento de um novo modelo de Co-Gestão Hospitalar entre a Medicina Interna e a Cirurgia Vascular. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo Observacional Retrospectivo comparando o quarto trimestre de 2017 Vs 2018 - antes e depois da adopção do modelo de Co-Gestão. Foi realizada a colheita de dados a partir do processo clínico electrónico e análise dos mesmos por estatística descritiva. RESULTADOS: Registaram-se um total de 72 internamentos em 2017 e 81 em 2018 nos trimestres aferidos, com aumento da idade média dos doentes no período de Co-Gestão (71 Vs 67 anos), mantendo o Índice de Case Mix (2,1). Mais de metade dos doentes internados em 2018 (n = 47, 58%) apresentavam 3 ou mais comorbilidades relevantes. Verificou-se uma diminuição da média de dias de internamento no período aferido de Co-Gestão (22,4 Vs 18,9 dias em 2018). Registou-se um aumento da admissão programada em Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) por cirurgia major (21 Vs 26% do número total de internamentos) e redução para metade da admissão não programada por descompensação grave (2 Vs 1 doente em 2018). No período de Co-Gestão verificou-se um aumento da percentagem de Alta Hospitalar de 87 para 91%, e redução da taxa de mortalidade de 3 para 0%. O tempo médio de exposição a antibioterapia reduziu em 2018 de 16,6 para 11,3 dias. Não se registaram reinternamentos precoces (readmissão nos primeiros 7 dias após a alta) no período de Co-Gestão. CONCLUSÕES: Apesar das limitações inerentes à análise estatística puramente descritiva utilizada, período temporal comparativo de 3 meses e número total de doentes, a Co-Gestão entre a Medicina Interna e C. Vascular evidenciou melhorias nos principais indicadores de qualidade do Internamento Hospitalar. Tal facto está em linha com os resultados publicados na literatura médica internacional, ressalvando-se que na maior parte destes estudos descreve-se manutenção ou mesmo aumento da demora média de internamento. São no entanto necessárias análises profundas de custo-efectividade destes Modelos de Co-Gestão, em que o Internista pode desempenhar um papel de relevo na abordagem do Doente Cirúrgico Vascular.