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A HEMATÚRIA E O QUEBRA-NOZES.
Doenças cardiovasculares - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG014 - Resumo ID: 103
Serviço de Medicina Interna do Hospital de Vila Real - Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro
Joana Almeida Calvão, Mónica Dinis Mesquita, Fernando Salvador, Paula Vaz Marques
Homem de 44 anos, com antecedentes pessoais de Doença de Behçet desde 2000, medicado com prednisolona 5 mg, sucralfato e budesonido tópicos, prolapso da válvula mitral com insuficiência mitral ligeira, fumador de 30 UMA. Seguimento em Consulta Externa de Medicina Interna – Autoimunes pela primeira patologia, tendo-se verificado em controlo analítico hematúria microscópica de >50 eritrócitos/campo, função renal dentro dos parâmetros da normalidade e urina de 24horas sem alterações relevantes. Realizou ainda ecografia renal com estudo doppler com evidência de formação quística cortical exofítica com 5 cm no rim esquerdo. Por manutenção da hematúria microscópica, ainda que sempre assintomático, efetuou-se tomografia computorizada renal que descreveu compressão da veia renal esquerda na pinça aortomesentérica, com redução do calibre desta veia, compatível com síndrome de Nutcracker. Esta síndrome caracteriza-se pela compressão da veia renal esquerda entre a artéria mesentérica superior e a artéria aorta. Embora seja muito raro, o seu diagnóstico é fundamental pela morbilidade que pode condicionar, associada ao risco de doença renal crónica pela hipertensão que daí pode decorrer e pelo risco de trombose da veia renal esquerda.