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LEISHMANIOSE VISCERAL: UM ESTUDO RETROSPECTIVO DE 2015 A 2018 DE UM HOSPITAL DA ÁREA DE LISBOA
Doenças infeciosas e parasitárias - E-Poster
Congresso ID: P002 - Resumo ID: 1058
Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca
Inês Nunes da Silva, Clara Matos, Maria Ferreira, Teresa Branco
Introdução:

A Leihsmaniose é uma doença infecciosa causada pelo protozoário da família Trypanosomatidae e pertence ao género leishmania. Apresenta um largo espectro de manifestações clínicas que variam entre manifestações cutâneas a doença sistémica fatal.
A pandemia do VIH foi acompanhada por um aumento dos casos de leishmaniose na população adulta, com posterior diminuição após introdução da TARV. No entanto, Portugal, continua a ser uma área endémica para esta doença, sendo a região metropolitana de Lisboa o maior foco de leishmaniose do país.


Objectivo:

Revisão dos processos de doentes internados num hospital da área da grande Lisboa entre 2015 e 2018 com o diagnóstico de Leishmaniose, com o intuito de caracterizar a população afectada por esta doença e avaliar a situação particular do referido hospital no que diz respeito a esta patologia.


Métodos:

Estudo retrospectivo, descritivo, no qual foram examinados os processos clínicos dos doentes internados durante o período previamente referido, com diagnóstico à data de alta de Leishmaniose. Para além da caracterização epidemiológica, foi avaliado o tempo de internamento, a subespécie de leishmânia identificada, a existência de factores de imunossupressão, a terapêutica realizada e o destino pós-alta.


Resultados:

Foram documentados 5 casos de leishmaniose visceral, tendo sido identificada a subspécie (L. infantum) em apenas um caso. Os doentes eram do sexo masculino, 2 dos quais de nacionalidade portuguesa e caucasianos. Os restantes, de raça negra e imigrantes. A média de idade de diagnóstico foi de 55 anos e compreendeu os 41 a 81 anos de idade. A média de internamento correspondeu a 26,25 dias.
Verificou-se que todos os doentes se encontravam imunodeprimidos, 4 dos quais por VIH e 1 por corticoterapia e terapêutica com metrotexato.
Na maioria dos casos a suspeita diagnóstica surgiu em contexto de pancitopenia na avaliação clínica laboratorial inicial. Todos os casos foram tratados inicialmente com Anfotericina B lipossomica, verificando-se apenas uma recidiva.


Conclusão:

O número de casos reportados à Direcção-Geral de Saúde tem-se mantido constante nos últimos anos, em cerca de 15 casos por ano. Actualmente a Leishmaniose é uma doença pouco frequente, estando principalmente associada a condições sociais precárias e à imunossupressão. A região metropolitana de Lisboa é a região com maior número de casos, principalmente em indivíduos co-infectados com VIH.