23

24

25

26
 
VIA VERDE AVC – “TEMPO É CÉREBRO”
Doenças cérebro-vasculares e neurológicas - Comunicação
Congresso ID: CO151 - Resumo ID: 1060
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco
Fábia Cruz, Rita Correia, Sandra Martin, Maria Eugénia André
Introdução: A via verde AVC (Acidente Vascular Cerebral) consiste numa estratégia organizada para melhor orientação dos doentes com doença vascular cerebral, principal causa de mortalidade e morbilidade a nível nacional. Para os AVC isquémicos a estratégia intra-hospitalar, segundo as recomendações internacionais e as normas nacionais, apresenta como objetivo um limite de 60 minutos desde a admissão hospitalar até ao início da terapêutica fibrinolítica – tempo “porta-agulha”.
Objetivo: O objetivo do estudo é caraterizar a atuação da via verde AVC intra-hospitalar, nos AVC isquémicos com critérios para fibrinólise, no período de 01.01.2016 a 31.01.2019, numa Unidade Local de Saúde (ULS).
Material e Métodos: Estudo observacional retrospetivo de todos os doentes com AVC isquémico que cumpriram terapêutica fibrinolítica. Avaliaram-se: caraterísticas demográficas e clínicas, escala de NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale) prévia e após terapêutica fibrinolítica, tempo de evolução sintomática, tempo desde a admissão até à realização de TC-CE (tomografia computorizada crâneo-encefálica), tempo desde a TC-CE até ao início da fibrinólise, tempo “porta-agulha” e progressão anual. Os dados foram recolhidos através do registo das fibrinólises efetuadas no serviço de urgência da ULS e consulta do SClínico®. A análise estatística foi efetuada em documento Excel®.
Resultados: No período temporal definido foram registados um total de 111 doentes que realizaram trombólise (idade média 74 anos, 59.5% do sexo masculino). Destes doentes 84 (75.7%) apresentavam hipertensão arterial, 69 (62.2%) dislipidémia, 39 (35.1%) obesidade, 32 (28.8%) fibrilhação auricular e 29 (26.1%) antecedentes de tabagismo. A via verde AVC foi ativada em 91 (82.0%) dos doentes. A nível arterial identificou-se presença de trombo na artéria cerebral média em 71 (64.0%) doentes e 18 (16.2%) doentes realizaram trombectomia. O NIHSS à admissão apresentava uma mediana de 12 [7-18], após terapêutica fibrinolítica a mediana é de 5 [2-13]. Verificou-se uma progressiva diminuição dos vários intervalos de tempo avaliados ao longo dos anos, nomeadamente, do tempo “porta-agulha” com uma mediana de 56 [48-97] em 2018.
Conclusões: Com os dados obtidos há a destacar a elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares, predisponentes e condicionantes da morbi/mortalidade desta patologia. A artéria cerebral média é a artéria mais frequentemente envolvida. Os profissionais de saúde da ULS estão despertos para a ativação da via verde AVC verificando-se que sucessivamente ao longo dos anos o registo para todos os tempos discriminados é progressivamente melhor. Para o tempo “porta-agulha”, de acordo com o que está em vigor na Norma de Orientação Clínica: Via Verde do AVC no adulto e conforme as recomendações internacionais (National Institute of Neurological Disorders and Stroke), a ULS cumpre o tempo definido.