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APRESENTAÇÃO CUTÂNEA DE UM LINFOMA PERIFÉRICO DE CÉLULAS T, NÃO ESPECÍFICO
Doenças hematológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG150 - Resumo ID: 1071
Hospital Central do Funchal, Serviço de Medicina Interna
Carolina Morna, Jéssica Chaves, Mauro Fernandes, Ana Costa, Tiago Esteves Freitas, Luz Brazão
Os linfomas periféricos de células T (LPCT) são um grupo heterogéneo de neoplasias agressivas, correspondendo a 15% dos Linfomas Não Hodgkin (LNH).
LPCT não especifico são predominantemente nodais, com origem em células T maduras. O diagnóstico é de exclusão, baseado em biópsia com evidencia de células T que não preenchem os critérios dos subtipos específicos de LPCT. É mais comum no sexo masculino e a sua apresentação típica consiste em linfadenopatias generalizadas com ou sem doença extra nodal.
Doente do sexo masculino, 78 anos, caucasiano, sem antecedentes patológicos de relevo.
Enviado ao Serviço de Urgência por lesões cutâneas distribuídas pela região do tronco e dorso.
Objectivamente, observavam-se múltiplas lesões cutâneas no tronco, dorso e face, com coloração violácea, consistência pétrea à palpação, não dolorosas e pouco móveis em relação aos planos profundos. Palpação das regiões axilares, supra-claviculares e inguinais com múltiplas adenopatias duras, pouco móveis, com cerca de 1,5-2 cm.
Laboratorialmente, sem alterações no hemograma. Velocidade de sedimentação 28 mm, lactato desidrogenase 176 U/L. Esfregaço de sangue periférico com 8% de linfócitos atípicos. Estudo serológico HIV (1 e 2) negativo.
Observação por Dermatologia que exclui hipótese de patologia cutânea primária.
Feita biopsia de lesão cutânea com estudo imuno-histoquímico, com diagnóstico de Linfoma células T, não específico. TAC abdominopelvica com achados sugestivos de doença linfoproliferativa, nomeadamente esplenomegália e múltiplas adenopatias.
Doente encaminhado para consulta de oncologia, iniciando terapêutica com CHOP (ciclofosfamida, doxorubicina, vincristina e prednisona). Reavaliação em consulta, três meses após o início da quimioterapia, com regressão franca das lesões cutâneas.
Os autores apresentam este caso destacando a incomum apresentação cutânea do LPCT não específico, ainda que a pele e o aparelho digestivo sejam os locais extranodais mais frequentes afectados.