23

24

25

26
 
TERAPÊUTICA BIOLÓGICA EM DOENÇAS AUTO-IMUNES – CARACTERIZAÇÃO DE UMA CONSULTA
Doenças autoimunes, reumatológicas e vasculites - Comunicação
Congresso ID: CO068 - Resumo ID: 1076
Centro Hospitalar de Leiria
Rita Grácio, Pedro Tavares, Tatiana Pires, Carla Falcão, Catarina Santos, Alcina Ponte
Introdução: As doenças auto-imunes são entidades pouco frequentes que apresentam um elevado grau de complexidade diagnóstica e terapêutica. Estas doenças causam lesão significativa de órgão e provocam sintomas incapacitantes levando a impotência funcional, incapacidade e redução da qualidade e esperança média de vida. A terapêutica com fármacos biológicos veio revolucionar o tratamento de algumas doenças auto-imunes, tratando-se de uma terapêutica altamente específica e eficaz, que tem como objectivo primário a remissão das mesmas.

Objectivos: Este trabalho tem como objectivo a caracterização dos doentes seguidos numa consulta de Doenças Auto-Imunes sob terapêutica biológica, em relação tipo de doença, terapêutica biológica realizada, e índices de actividade de doença.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo, com revisão dos processos clínicos de doentes seguidos na consulta de Doenças Auto-Imunes de um centro hospitalar. Foram realizadas análises descrita e bivariada, com recurso ao IBM SPSS Statistics V23®.

Resultados: De um total de 67 doentes a realizar terapêutica biológica, 50,7% são homens e 49,3% mulheres, apresentando uma mediana de idades de 55 anos. O diagnóstico mais prevalente é a Artrite Reumatóide (43,3%), seguido da Espondilite Anquilosante (35,8%) e posteriormente da Artrite Psoriática (20,9%). Relativamente à terapêutica biológica, os fármacos mais utilizados são: Etanercept (43,3%), seguido pelo Golimumab (37,3%) e Adalimumab (10,4%). Relativamente à actividade da doença, verifica-se uma diminuição estatisticamente significativa da velocidade de sedimentação (VS), após início de terapêutica biológica (p<0,001), acompanhada de uma redução estatisticamente significativa dos índices de actividade, nomeadamente do DAS28 e ASDAS (p=0,007 e p=0,001, respectivamente). Assim, do total de doentes tratados com biológico, 87% apresenta doença inactiva ou índices de actividade baixos.

Conclusões: Este trabalho vem reforçar a eficácia da terapêutica biológica nas doenças auto-imunes, traduzindo-se numa melhoria clínica e analítica e consequente melhoria da qualidade de vida destes doentes.