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Doenças autoimunes, reumatológicas e vasculites - E-Poster
Congresso ID: P046 - Resumo ID: 1089
Centro Hospitalar de Leiria (CHL), Hospital de Santo André (HSA), Leiria, Portugal
Cátia Faria, Cátia Ribeiro Santos, Diana Moura, João Crespo Santos
Introdução: A polimialgia reumática é ainda uma entidade de etiologia mal definida mas acomete principalmente mulheres caucasianas com mais de 50 anos de idade. Não existe um exame padrão para o seu diagnóstico, considerando-se um conjunto de critérios compatíveis com o diagnóstico.
Caso clínico: Os autores descrevem o caso de doente de 60 anos, género feminino, empregada de limpeza, sem antecedentes de relevo nem medicação habitual. Foi enviada à consulta de Medicina Interna para estudo de anemia normocítica normocrómica detetada há 4 meses na sequência de estudo de quadro de adinamia e astenia com 11 meses de evolução. Não respondeu à reposição de ferro oral chegando a necessitar de transfusão de 2 unidades de concentrado de eritrócitos com bom rendimento. A doente referia anorexia, sudorese noturna intermitente e perda ponderal de 11 kg desde o início do quadro, assim como dores na cintura pélvica, região lombar e cintura escapular, com 1 ano de evolução e de caraterísticas inflamatórias com rigidez matinal de 1 hora. Do estudo em ambulatório salienta-se velocidade de sedimentação (VS) elevada; endoscopia digestiva alta sem lesões; ecografia abdominal com pequeno quisto hepático; tomografia abdómino-pélvica contrastada com quisto hepático sem realce, discreta proeminência do canal de wirsung no corpo do pâncreas e alterações compatíveis com o síndrome nutcracker; tanto a colonoscopia como a ecografia endovaginal, mamografia e citologia não apresentavam alterações. Objetivou-se aspeto emagrecido sem adenopatias ou nódulos palpáveis nas principais cadeias ganglionares, tiróide ou mama. Decidiu-se pelo internamento eletivo para continuação do estudo, onde se verificou febre baixa de predomínio vespertino que estaria mascarada em ambulatório. Repetiu estudo analítico mantendo VS e proteína C reativa elevadas; serologias, marcadores víricos, estudo auto-imune e rastreio séptico negativos. Fez ressonância magnética abdominal e pélvica com ligeira ectasia da via biliar principal sem obstrução, despistando massas anexiais. Fez ecografia da tiróide e ecocardiograma sem alterações. A ecoendoscopia despistou ectasia da via biliar mas evidenciou discreta ectasia do canal pancreático principal. A radiografia de esqueleto revelou lesão no rádio direito que o cintigrama ósseo despistou ser lesão osteolítica, contudo, este exame, revelou alterações inflamatórias na cintura escapular e pélvica. Admitiu-se polimialgia reumática pelo que iniciou corticoterapia com melhoria gradual das queixas.
Conclusão: Neste caso salienta-se a interpretação de resultados imagiológicos e analíticos integrados com a clínica da doente para discernir quais as alterações valorizáveis para o diagnóstico. Verificou-se cumprir a maioria dos critérios compatíveis com polimialgia reumática após exclusão de outras etiologias graves para este quadro.