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SÍNDROME MAY-THURNER: UMA CAUSA IMPORTANTE DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
Doenças hematológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG155 - Resumo ID: 1109
Hospital de Cascais
Marta Custódio, Carolina Sequeira, Madalena Silva, Tânia Strecht, Ana Paula Antunes, Anabela Marques
Mulher de 53 anos, sem antecedentes médicos conhecidos, recorreu ao Serviço de Urgência com história de dor e edema do membro inferior esquerdo, com 5 dias de evolução. Ao exame objetivo, confirmou-se exuberante edema do membro, com sinal de Homans positivo. O ecodoppler venoso mostrou uma extensa flebotrombose, desde a veia ilíaca externa esquerda até à veia popliteia e safena interna. A avaliação laboratorial apenas apresentou aumento dos d-dímeros.
Iniciou terapêutica com heparina não fracionada contudo sem melhoria do quadro, pelo que realizou tomografia computorizada (TC) abdominal e pélvica que evidenciou trombose das veias ilíacas interna e externa esquerdas (Imagem 1A) com extensão do trombo até à veia cava inferior (Imagem 1B), com compressão da veia ilíaca comum esquerda pela artéria ilíaca comum direita (Imagem 2 - seta amarela: artéria ilíaca comum esquerda; seta vermelha: veia ilíaca comum esquerda), compatível com o diagnóstico de Síndrome de May-Thurner.
A doente foi submetida a trombectomia endovascular e colocação de stent, com melhoria do quadro clínico.
O Síndrome de May-Thurner caracteriza-se pela compressão da veia ilíaca comum esquerda pela artéria ilíaca comum direita contra o corpo da 5ª vértebra lombar.
A sua verdadeira incidência não é conhecida, acreditando-se que está subestimada.
É mais comum em mulheres, particularmente se sob contracepção oral ou no período peri-parto.
Clinicamente pode ser assintomático ou apresentar-se com dor e edema do membro inferior. O diagnóstico é normalmente feito por angio-TC ou ressonância magnética.
Dada sua natureza mecânica, o Síndrome de May-Thurner não costuma ter boa resposta à terapêutica médica e a angioplastia com colocação de stent é habitualmente necessária.