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ANTIBIOTERAPIA EM INTERNAMENTO HOSPITALAR DE MEDICINA INTERNA
Doenças infeciosas e parasitárias - Comunicação
Congresso ID: CO203 - Resumo ID: 1150
Centro Hospitalar do Oeste
Ana Canoso, Ana Rodrigues, Rosa Amorim
INTRODUÇÃO: As patologias de etiologia infeciosa continuam a ser as mais frequentes na população do internamento hospitalar. A emergência de agentes multirresistentes é um problema transversal, que afeta tempo de internamento e prognóstico.
OBJETIVOS E MÉTODOS : Realizado estudo retrospectivo durante último trimestre de 2018, dos doentes admitidos em enfermaria de Medicina Interna por quadro infecioso, com o objetivo de caracterizar esta sub-população quanto a: variáveis demográficas; diagnóstico nosológico/etiológico, realização de exames culturais; agentes isolados; escolha e tempo de antibiótico (ATB); mortalidade; tempo de internamento hospitalar. Dados colhidos a partir do processo informático (SClinico) e tratados em Excel e SPSS.
RESULTADOS: Número total de amostra 114 doentes – dos quais 52.6% do género feminino. Idade média de 76.88 ±15,59 anos. Tempo médio de internamento: 9,7 dias ±6,25 dias. Cerca de 65,8% dos casos com etiologia da comunidade; 27,2% associados a cuidados de saúde; 4.4% nosocomiais. Infeções do trato Respiratório superior(IFTS)-9,6% - e inferior(ITRI)-48,2%; trato genito-urinário superior(ITGUS)-7% - e inferior(ITGUI) 21%; pele-2,6%; osso-0,9%; Sistema nervoso central(SNC)-0,9%; gastro-intestinal(GI)-0,9%; sépsis 7,9%. Em 10,3% dos casos não foram pedidas culturas. Dos pedidos: 68,4% uroculturas (UC); 47,4% hemoculturas; 28,1% expectoração. Cerca de 62,4% das culturas foram pedidas antes de início ATB; Restantes pedidas após ATB – só 3,8% nas primeiras 24h. Resultados positivos em 47,4% – mais de metade dos casos UC. Percentagem de multirresistentes de 18,4%. A média de dias de ATB foi de: 8,6 dias nas ITRS; 8,4 ITRI; 8,4 ITGUI; 8,7 ITGUS; 8,3 na Sépsis ponto partida respiratório e 8,6 na sépsis de partida urinária; 10 dias Pele. Verificou-se associação estatisticamente significativa entre tempo de internamento e presença de agente multirresistente (p=0.001). A mortalidade na amostra foi de 7%.
CONCLUSÃO : Tem-se verificado um aumento de infeções associadas a cuidados de saúde ou mesmo nosocomiais. As ITRS são as mais prevalentes. Nem sempre são pedidos exames culturais, sendo que a rentabilidade dos mesmos difere conforme o meio. A percentagem de multirresistentes é considerável, o que confere associação com maior tempo de internamento. Por tudo isto, a adaptação de forma racional do uso de ATB num serviço de medicina é essencial, devendo passar pela sua uniformização de acordo com a boa prática clínica.