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CARACTERIZAÇÃO DE DOENTES TOTALMENTE DEPENDENTES ADMITIDOS NO INTERNAMENTO DE MEDICINA INTERNA E SUA MORTALIDADE
Medicina Geriátrica - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO087 - Resumo ID: 1163
Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho
Pedro Magalhães, Gabriel Atanásio, Ema Neto, Filipa Sousa, Tiago Fernandes, Agripino Oliveira, Rafaela Veríssimo
INTRODUÇÃO: O envelhecimento acarreta frequentemente dependência, isto é, a impossibilidade de realizar, de forma independente, atividades do quotidiano à medida que se envelhece. A dependência no doente idoso é frequentemente derivada de uma ou mais doenças crónicas, refletindo uma perda global das funções fisiológicas face ao processo de senescência.
OBJETIVO: Os doentes totalmente dependentes são frequentadores assíduos dos serviços de urgência, com internamentos recorrentes, elevada mortalidade, não havendo literatura suficiente sobre os motivos de internamento e mortalidade. Pretende-se avaliar esta tipologia de doentes numa unidade hospitalar, no que concerne a dados epidemiológicos, motivo de internamento, duração de internamento, comorbilidades e mortalidade.
MÉTODOS: Estudo retrospetivo de doentes admitidos numa enfermaria de medicina geriátrica durante três anos, classificados funcionalmente pelas escalas de KATZ e mRankin como totalmente dependentes nas Actividades de Vida Diárias.
RESULTADOS: Foram avaliados 460 doentes, com média de idades 86±6,8 anos, predomínio feminino (69,6%). Demora média 10,8 dias, mediana 8 dias. A mortalidade intra-hospitalar foi de 129 doentes (28%). Quanto às causas de mortalidade prevaleceu a infecção respiratória (45,9%; n=211), infecção urinária (18,9%; n=87), distúrbios hidroeletroliticos (10,2%; n=47), insuficiência cardíaca (5,4%; n=25), neoplasia (2,8%; n=13), acidentes vasculares cerebrais (2,2%; n=10), exacerbação de doença pulmonar crónica (1,7%; n=5) e lesão renal aguda (1,1%; n=5). Ao fim de 1 mês pós internamento a mortalidade é de 38,91% (n=179), aos 6 meses 60% (n=273) e ao fim de 1 ano 69% (n=305);
CONCLUSÕES: O aumento da esperança média de vida não significa qualidade de vida, podendo trazer anos adicionais de situação de dependência. Conhecer o grau de incapacidade funcional dos sujeitos com dependência é fundamental, pois ajuda a determinar os cuidados necessários. As escalas de capacidade funcional são úteis no domínio clínico para avaliar a evolução dos doentes em internamento. A mortalidade intra-hospitalar é elevada nos doentes totalmente dependentes, mas também no primeiro ano pós internamento, questionando-se a futilidade de algumas terapêuticas e a importância do inicio de medidas paliativas.