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QUEM CAI NUM SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA?
Organização e gestão / novas formas de cuidados - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO084 - Resumo ID: 1175
Unidade Funcional de Medicina 4 - Hospital de Santa Marta - Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
Catarina Pires, Teresa Ferreira, Ana Cunha, José Sousa, Afonso Rodrigues, Patrícia Cachado, Teresa Garcia, António Sousa Guerreiro
Introdução: As quedas em doentes internados são eventos frequentes, com uma incidência de 40% em alguns estudos e, na maior parte das vezes, evitáveis. Podem resultar em lesões físicas com múltiplos graus de gravidade e culminam geralmente num prolongamento do tempo de internamento com todos os seus problemas inerentes. A maioria dos centros tem programas de prevenção de quedas que passam pela avaliação do risco, relato de incidente e tomada de medidas para evitar novos eventos.

Objetivo: Avaliar a incidência e os fatores predisponentes de quedas em doentes hospitalizados.

Material e Métodos: Foram reunidos os relatos de incidente relativos a quedas no período de um ano num serviço de Medicina Interna e nesses doentes foram avaliados o contexto da queda, a gravidade da lesão, o período do dia em que ocorreu e a terapêutica prescrita.

Resultados: Em 2018 houve 1085 doentes internados no nosso serviço e 38 relatos de incidente de queda. Nos doentes que caíram, o tempo médio de internamento foi de 22,63 dias, cerca de 10 dias a mais do que o tempo de internamento médio no serviço. Relativamente às quedas relatadas, 98% ocorreram dentro do serviço. 71% das quedas não foram presenciadas e 94,8% ocorreram em doentes não autónomos. 50% das quedas ocorreram no período da manhã e a maioria foi com nenhuma ou ligeira gravidade (84%). Dos doentes que caíram, 51% tinham elevado risco de queda à entrada no internamento. Destes doentes, 50% tiveram alta medicados com neuroléticos e 30% com benzodiazepinas.

Conclusão: No nosso serviço é avaliado o risco de queda do doente em todos os internamentos. Após esta avaliação são tomadas medidas para evitar as quedas do doente, que passam pela gestão do seu espaço físico, aumento da vigilância e pela otimização do calçado e auxiliares da marcha. Ainda assim, as quedas são um problema presente no quotidiano das enfermarias e muitas delas não são presenciadas embora ocorram maioritariamente no período da manhã. Para além disso, a maioria das quedas ocorreu em doentes que já tinham um elevado risco de queda à admissão no internamento, o que torna premente a necessidade de reavaliar e atualizar as medidas de prevenção de quedas atuais. Relativamente à terapêutica, os psicofármacos têm sido implicados no aumento do risco de quedas, algo que também se verificou nesta população.