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PLANO DE CONTINGÊNCIA - PREPARADOS?
Urgência / Cuidados Intermédios e Doente Crítico - Comunicação
Congresso ID: CO188 - Resumo ID: 116
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central - Hospital Santo António dos Capuchos
Rita Santos, Felisbela Gomes, Cláudia Neves, Ana Bravo, Cláudia Janeiro
Introdução: No outono/inverno há um aumento da incidência de infecções respiratórias, a maioria das quais atribuível à epidemia sazonal da gripe. Nesta época é activado um Plano de Contingência, promovido pela Direcção-Geral da Saúde, que visa promover uma maior capacidade de resposta das instituições de saúde para a maior procura esperada.
Objectivos: Avaliar o impacto da epidemia sazonal da gripe no número de admissões hospitalares, a gravidade clínica e taxa de mortalidade.
Métodos: estudo retrospectivo, observacional e comparativo, de doentes admitidos numa unidade funcional de Medicina Interna nível I em 2017/2018 com proveniência do serviço de urgência central polivalente. Para efeitos de análise comparativa foram seleccionados 2 grupos de doentes: grupo A admitido entre Maio e Julho de 2017 - período de não contingência, grupo B admitido entre Dezembro de 2017 e Fevereiro de 2018 - período de contingência. Através da consulta do processo clinico foram avaliados dados demográficos, diagnóstico principal e duração do internamento. Foi ainda efectuado o cálculo do índice SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) à admissão para efeitos de estratificação da gravidade clínica e prognóstico.
Resultados: A amostra total inclui 724 doentes. O grupo A é constituído por 338 doentes, 50.9% mulheres (idade média 76.7) e 49.1% homens (idade média 73.6). O grupo B é constituído por 386 doentes, 51.6% mulheres (idade média 79.1) e 48.4% homens (idade média 74.6). A duração do internamento foi em média 8.84 dias para o grupo A e 10.8 dias para o grupo B. No grupo B o principal motivo de admissão foi a infeção respiratória (40.4%), tendo-se determinado etiologia viral em 26.3% dos casos. No grupo A as doenças cardiovasculares foram o principal motivo de admissão correspondendo a 29% dos casos. Ainda neste grupo foram admitidos 20.7% por infeção respiratória, sendo a etiologia viral <1%. O cálculo do SOFA foi em média de 3.9 para o grupo A e 4.1 para o grupo B. Registou-se uma taxa de mortalidade de 6.5% no grupo A e 9.1% no grupo B.
Conclusão: Como expectável, durante o período da contingência foram admitidos mais doentes. As infeções respiratórias foram o diagnóstico prevalente com um importante contributo da etiologia viral. Neste grupo, a taxa de mortalidade foi maior. Os índices SOFA baixos podem justificar-se pelo tipo de amostra escolhida - doentes internados em enfermaria de Medicina Interna. Ainda assim, tal como era expectável, verificou-se correlação entre uma maior mortalidade e índices SOFA mais elevados.