Artrite gotosa é uma doença reumática inflamatória resultante da deposição de cristais de monourato de sódio (forma de acumulação de ácido úrico) nas articulações, mas também em outras localizações.
É uma patologia comum, ocorrendo em mais de 1% da população mundial (em Portugal estima-se uma prevalência de 1.6%). É mais frequente no género masculino (prevalência em Portugal de cerca de 14 casos por mil nos homens e 6 casos por mil nas mulheres) e habitualmente tem início entre os 40 e os 60 anos. No género feminino é mais frequente na meia-idade, sobretudo em mulheres a fazer tratamento com diuréticos e/ou com consumo excessivo de álcool.
Em ambos os sexos, a obesidade, a hipertensão arterial, a hipertrigliceridémia e insuficiência renal aumentam o risco de aparecimento de gota.
Na fase mais grave, fase crónica (gota tofácea crónica), há acumulação de cristais de monourato de sódio na pele e tecidos moles peri-articulares, formando os chamados “tofos gotosos”. Estes localizam-se tipicamente nas extremidades (mãos, pés e pavilhões auriculares), onde as condições locais e as temperaturas mais baixas favorecem a cristalização de ácido úrico, e contribuem para a incapacidade atribuída à doença.
Atendendo à evolução da Medicina, a visualização de “tofos gotosos” é, felizmente, uma alteração cada vez menos comum.