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UMA CAUSA NÃO TÃO ESCONDIDA PARA ALTERAÇÕES VISUAIS
Doenças cérebro-vasculares e neurológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG169 - Resumo ID: 1204
Hospital Santa Maria Maior, EPE
Carina Silva, Francisca Pereira, Márcia Ribeiro, João Mota, Carlos Oliveira
Introdução
Os meningiomas são os tumores intracranianos primários mais comuns, ocorrendo principalmente entre os 30 e os 70 anos de idade, sendo duas vezes mais prevalente no sexo feminino. Na grande maioria dos casos são tumores benignos com crescimento lento, o que torna o seu diagnóstico mais desafiante, devido ao seu carácter insidioso, o que leva os doentes a associar os sintomas ao processo de envelhecimento natural.

Descrição
Doente do género feminino de 45 anos, sem antecedentes pessoais relevantes e sem medicação habitual, referenciada para a Consulta Externa de Medicina Interna, por quadro de alterações visuais.
Apresentava visão turva à esquerda de instalação súbita, com presença de escotoma em alguns períodos, já com vários meses de evolução, sem história de traumatismo, sinais de infeção/inflamação ou dor associada. Negava diplopia, cefaleias, sensação de corpo estranho ou prurido, parestesias ou défices de força muscular. Apresentava um histórico de tensão arterial tendencialmente controlada e o exame neurológico sumário não evidenciou outras alterações relevantes.
Com vista ao estudo etiológico de uma possível causa compressiva ou desmielinizante para a neuropatia do olho esquerdo, foi realizada uma Ressonância Magnética Cerebral (RM) que revelou um “meningioma do tubérculo da sela turca, ligeiramente lateralizado à esquerda, de morfologia grosseiramente ovóide, com cerca de 17 mm de maior diâmetro transverso. Posteriormente apresenta extensão ao interior da sela turca, embora seja perfeitamente individualizável da hipófise e da haste hipofisária e superiormente desvia a vertente esquerda do quiasma e o segmento intracraniano do nervo ótico. O tumor aflora o canal ótico mas não tem evidente extensão intra-orbitária.”

Este caso demonstra complicações que podem advir de um tumor benigno, realçando a importância da RM no diagnóstico destas lesões pois, permite a sua caracterização com avaliação da extensão de invasão das estruturas adjacentes.