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AVALIAÇÃO DA VIA VERDE AVC NOS SEUS PRIMEIROS 6 MESES NUM HOSPITAL DISTRITAL
Doenças cérebro-vasculares e neurológicas - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO083 - Resumo ID: 1233
Hospital Distrital de Santarém
Vasco Gaspar, José Ramalho, Juliana Silva, Gonçalo Ferrão, José Andrade, Gonçalo Vital, Manuela Grego, Graça amaro
INTRODUÇÃO:O AVC é uma emergência médica e uma causa importante de morbi-mortalidade em Portugal. A Via Verde AVC (VVAVC) permite ter uma abordagem, encaminhamento, diagnóstico e tratamento mais rápidos e eficazes.
Perante a suspeita de AVC isquémico, excluída hemorrágia por TC, o tratamento pode ser: conservador, fibrinólise e/ou trombectomia; dependendo, entre outros da: clínica e antecedentes do doente, pontuação NIHSS à entrada, hora de início dos sintomas, oclusão ou não de grande vaso e terapêutica habitual.
O controlo de qualidade na fribtinólise passa pelo tempo porta-agulha (TPA), considerando a DGS que este não deve passar os 60 min.
OBJETIVO:Este trabalho pretende apresentar os resultados dos 1.ºs 6 meses após implementação da VVAVC num hospital distrital.
MATERIAL E MÉTODOS:Foram analisados os processos das 110 ativações da VVAVC nesses 6 meses, que compõem esta amostra. Tem as seguintes características: homens 42%, idade média 72 anos (máx. 96, mín. 21anos). Com as principais comorbilidades: Hipertensão Arterial (HTA) 73%, Dislipidémia (DLD) 42%, Diabetes Mellitus (DM) 29%, Fibrilhação Auricular (FA) 24%, Doença Cerebrovascular prévia (DCV) 23%, Insuficiência Cardíaca (IC) 15%, Tabagismo 13% e Alcoolismo 8%. Sob terapêutica com aspirina 23%, com clopidogrel 12%, com NOAC 10%, com antícumarínicos 3% e com HBPM 1%.
RESULTADOS:Em termos de mimetizadores de AVC as principais causas foram a ansiedade e crise hipertensiva. Entre as activações 7% eram AVC hemorrágico. Entre os com AVC isquémico, a grande maioria não fez fibrinólise por apresentar: NIHSS < 5, melhoria dos défices, sintomas com duração > 4h30. Registou-se que 6% dos doentes apresentavam AVC ao acordar.
A fibrinólise foi efetuada em 21% (n=23) das ativações da VVAVC. Dentro desses 17% eram homens, idade média 74anos (máx. 92, mín. 43), NIHSS à entrada 11. Com as comorbilidades: HTA 78%, DLD 57%, FA 35%, IC 26%, DCV 26%, DM 17%, tabagismo 9%, alcoolismo 4%. Sob aspirina 26%, sob clopidogrel 13%, sendo que 1 doente estava duplamente antiagregado.
O TPA médio foi de 85min (máx. 447, mín. 27min). Sendo que houve um outlier de 447min correspondente a défices oscilantes agravados passadas horas no SU. Removendo este outlier o resultado obtido seria uma média de 67min (máx 158min).
Após fibrinólise o NIHSS médio melhorou para 5; com melhoria em 57%, agravamento em 22%, não havendo dados acerca de alguns dos transferidos para trombectomia. A taxa de complicação foi de 4%, referente a transformação hemorrágica.
Dos doentes submetidos a fibrinólise 39% (n=9) foram ainda encaminhados para realização de trombectomia noutros centros. Além destes foram também encaminhados 3 doentes que apresentavam contraindicações para fibrinólise.
CONCLUSÕES:É importante estudar a VVAVC melhorar o seu funcionamento. Existem muitos doentes a chegar fora do tempo limite para fibrinólise. Apesar de ainda distantes do TPA de 60min, este parece atingível a curto prazo com melhorias em vários pontos da VVAVC.