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UM CASO DIFERENTE DE TORACALGIA
Doenças hematológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG176 - Resumo ID: 1234
Serviço de Medicina I, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte
Inês Goulart, Inês Nogueira da Fonseca, Ana Teresa Pina, Tiago Petrucci, Laura Pereira, Manuel Ferreira Gomes, Paulo Cantiga Duarte, José Luís Ducla Soares
Homem de 59 anos com antecedentes de cardiopatia isquémica com angioplastia, com quadro de toracalgia anterior com 2 meses de evolução, sem irradiação, tipo aperto, intensidade 7/10, sem fatores de alívio ou agravamento e refratária à terapêutica analgésica. Pela hipótese de angor, é internado e efetuada marcha diagnóstica (marcadores de necrose miocárdica, ECG, ecocardiograma e coronariografia) inconclusiva, tendo alta. Pela persistência da dor, faz TC tórax que evidenciou lesões líticas expansivas do esterno, de vários arcos costais e sobretudo dos últimos corpos vertebrais que atingem as lâminas, e massa de partes moles no mediastino posterior envolvendo os últimos corpos vertebrais. Admitindo-se um provável mieloma, é enviado a um Hospital Central onde, da avaliação inicial, se destacou VS 120mm, DRC KDIGO 2, elevação da B2-microglobulina, eletroforese de proteínas com pico gama monoclonal com componente monoclonal IgG lambda, imunofixação urinária com presença de Bence Jones Lambda e proteinuria 24h de 340,5mg. Rx do esqueleto com evidência de lesões líticas cranianas compatíveis com imagem em sal e pimenta, lesões líticas do esterno, arcos costais, coluna vertebral e fémures. Mielograma confirmou um mieloma múltiplo IgG com Bence Jones Lambda ISS II e TC torácica documentou lesões líticas do esterno, arcos costais, últimas vertebras dorsais, com plasmocitoma exofítico que ocupa o mediastino posterior. O doente teve alta a aguardar restante estudo. Reinternado 15 dias depois por paraparésia de agravamento progressivo, agravada após realização de biópsia percutânea de lesão osteolítica sagrada guiada por TC 2 dias antes. Pela hipótese de plasmocitoma com compressão medular (lesões em D9 e D12), foi iniciada corticoterapia de elevada intensidade e radioterapia, sendo o doente posteriormente transferido para o Serviço de Hematologia. Resultado da biópsia compatível com plasmocitoma, mantendo seguimento em Hospital de Dia de Hematologia e a cumprir quimioterapia.