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O IMPACTO DA EQUIPA INTRA-HOSPITALAR DE CUIDADOS PALIATIVOS (EIHSCP)
Cuidados paliativos - Comunicação
Congresso ID: CO053 - Resumo ID: 1260
Serviço de Medicina Interna, Serviço de Oncologia Médica, Hospital de São Bernardo, Centro Hospitalar de Setúbal
Carolina Palma, Paula Banha, Ricardo Pereira, Beatriz Navarro, Hugo Jorge Casimiro, Sandra Deodato, Ana Bernardo
Introdução: Os Cuidados Paliativos (CP) entendem-se como cuidados ativos holísticos, dirigidos por equipas específicas, cujo objectivo é promover o bem-estar e conforto do doente em fase avançada ou com doença progressiva. É necessária uma abordagem multidisciplinar, integrando médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, de forma a reunir as condições necessárias que permitam o alívio e prevenção do sofrimento físico, psicológico e social dos doentes e dos seus cuidadores, com o objetivo sempre de proporcionar uma melhor qualidade de vida e acompanhamento no processo de luto.
Objetivos: Analisar a casuística da EIHSCP no ano de 2018.
Métodos: Análise retrospetiva e descritiva realizada através da consulta de processos clínicos dos doentes seguidos pela Equipa de Cuidados Paliativos no ano de 2018.
Resultados: No fim do ano de 2018, encontravam-se ativos em Consulta Externa de CP 138 doentes, com predomínio do género masculino (52.8%). A idade média dos doentes é de 74.7 anos (38- 95). O tempo médio entre a referenciação e a primeira consulta foi de 25 dias. A maioria das referenciações foram provenientes do Serviço de Oncologia Médica, seguido da Consulta Multidisciplinar de Decisão Terapêutica e Cirurgia Geral. Outros Serviços que referenciaram doentes foram a Cardiologia, a Medicina Interna e a Neurologia.
90% dos doentes seguidos em consulta externa têm diagnóstico oncológico estabelecido, sendo o grupo das neoplasias digestivas o diagnóstico mais comum. O adenocarcinoma da próstata, as neoplasias do foro ginecológico e do pulmão também são patologias frequentes seguidas em consulta. Apenas 14 doentes têm diagnóstico não oncológico: 5 doentes com insuficiência cardíaca, 3 com esclerose múltipla, 3 com síndrome demencial avançada, 2 com o diagnóstico de DPOC e 1 doente com dor neuropática.
Registaram-se 130 pedidos de avaliação a doentes internados, sendo que o tempo médio de resposta foi 3.9 dias. 16 pedidos não foram respondidos em tempo útil.
Dos 115 doentes falecidos em 2018 com seguimento prévio em CP, 59% eram do género masculino e a idade média era 76 anos. O tempo médio entre a primeira consulta e a data de óbito foi de 234 dias. No que diz respeito ao local do óbito, mais de metade dos doentes (52.7%) faleceu em ambiente hospitalar ou em RNCCI.

Conclusão: A avaliação retrospetiva de 1 ano de trabalho em CP é de extrema importância para promover o desenvolvimento da qualidade de serviços prestados pela Equipa. Os doentes oncológicos constituem a maioria dos doentes seguidos em consulta, o que revela concordância com estudos anteriores.
Verificou-se uma boa resposta aos pedidos de observação aos doentes internados.
O número de doentes falecidos no domicílio pouco difere do numero de doentes falecidos em contexto hospitalar ou em RNCCI, o que constitui um indicador de qualidade, pois salienta a viabilidade dos cuidados multidisciplinares e a capacitação dos cuidadores informais.