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LEVOSIMENDAN EM PULSOS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA AVANÇADA: RESULTADOS PRELIMINARES
Doenças cardiovasculares - Comunicação
Congresso ID: CO103 - Resumo ID: 1276
Hospital São Francisco de Xavier
Rita Homem, Sofia Furtado, Joana Maurício, Sérgio Maltês, Ana Rita Santos, Inês Felizardo Lopes, Susana Quintão, Juliana Campos, Catarina Bastos, Catarina Rodrigues, Inês Araujo, Luis Campos, Cândida Fonseca
Introdução: O levosimendan é um fármaco inodilatador que tem vindo a ser utilizado na insuficiência cardíaca crónica avançada (ICCA), em regime ambulatório (Hospital de Dia) ou em internamento, com intuito paliativo ou como ponte para o transplanta cardíaco. Três ensaios controlados (LevoRep, LION-HEART, LAICA) mostraram resultados promissores com ciclos intermitentes de levosimendan nestes contextos.

Objetivo: Avaliar a eficácia da administração intermitente de levosimendan na melhoria da sintomatologia, capacidade funcional e evolução da insuficiência cardíaca/morbilidade em doentes com ICCA.

Material e Métodos: Estudo prospetivo sobre a utilização de levosimendan em doentes com ICCA, em pulsos de 6 horas, a cada 2 semanas, em regime de Hospital de Dia. Critérios de inclusão: fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 35%; terapêutica médica otimizada; classe NYHA III/IV; descompensações frequentes (≥ 1 nos últimos 6 meses (M)) sem fator precipitante identificado; ter previamente realizado perfusão de levosimendan durante 24h em internamento sem reacções adversas; Critérios de exclusão: obstrução grave do trato de saída do ventrículo esquerdo ou patologia valvular não corrigida com compromisso hemodinâmico significativo; pressão arterial sistólica < 80mmHg. Outcomes avaliados: capacidade funcional através de prova de marcha de 6 minutos (PM6M) aos 0, 3 e 6M; classe funcional de NYHA e NT-proBNP, em todos os pulsos.
Resultados: Apresentamos os resultados preliminares do estudo, 36 administrações de levosimendan em 3 doentes incluídos desde Julho de 2018, que apresentam evolução favorável: 1) Homem de 63 anos com cardiopatia isquémica com FEVE 35%, a aguardar transplante cardíaco. Aos 0M: NYHA III, NT-proBNP 8000pg/mL, PM6M 128m; aos 3M: NYHA II, NT-proBNP 1550pg/mL, PM6M 159m; 6M: NYHA II, NT-proBNP 1654pg/mL (redução de 79% em comparação com o valor inicial); PM6M 182m. 2) Homem de 82 anos com cardiopatia isquémica em fase dilatada com FEVE 30%. Aos 0M: NYHA III, NT-proBNP 1634pg/mL; PM6M 190m; aos 3M: NYHA I, NT-proBNP 624pg/mL; PM6M 369m. Aos 6M: NYHA I, NT-proBNP 733pg/mL (redução de 55% em comparação com o valor inicial); PM6M 422m. 3) Homem de 67 anos com cardiopatia isquémica com FEVE 13%. Aos 0M: NYHA III, NT-proBNP 11383pg/mL; PM6M 285m. Aos 3M: NYHA III, NT-proBNP 8430pg/mL (redução de 26% em comparação com o valor inicial); PM6M 270m (ainda não completou os 6M de tratamento). Não ocorreram efeitos adversos.

Conclusões: A administração de pulsos de levosimendan, em regime de ambulatório, foi eficaz e segura. Melhorou a capacidade funcional avaliada pela NYHA e PM, aos 3 e 6M, de doentes com ICCA sob terapêutica médica otimizada, concomitante com uma redução no valor de NT-proBNP, marcador rebusto de prognóstico nestes doentes.