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QUILOTÓRAX: UMA APRESENTAÇÃO INSUSPEITA DE DOENÇA LINFOPROLIFERATIVA
Doenças oncológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG187 - Resumo ID: 1294
Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, E.P.E.
Aurea Lima, Diana Dias, Joana Malheiro, Joana Rodrigues
O quilotórax, acumulação de líquido quiloso no espaço pleural, pode ter etiologia traumática, pós-cirúrgica ou maligna.

Apresenta-se o caso de uma mulher de 20 anos, saudável, encaminhada ao serviço de urgência por quadro, com 2 meses de evolução, de astenia e dispneia progressivas associado a cervicalgia esquerda não responsiva à analgesia.
À admissão destaca-se taquicardia sinusal, taquipneia e silêncio auscultatório no hemitórax esquerdo (esq.), sem insuficiência respiratória.
A radiografia torácica revelou opacidade do hemicampo pulmonar esq. e desvio contralateral do mediastino. Analiticamente, com anemia microcítica hipocrómica, aumento da desidrogenase do lactato (LDH) e da proteína C reativa.
Submetida a toracocentese com drenagem de 1000mL de líquido pleural de aspeto leitoso analiticamente compatível com quilotórax (pH 7.5, 935 leucócitos/µL - 29% de polimorfonucleares e franco predomínio de linfócitos, proteínas 5.3g/dL, triglicerídeos 684mg/dL, colesterol 123mg/dL, glicose e LDH normais, amicrobiano).
A tomodensitometria toraco-abdomino-pélvico detetou uma massa sólida mediastínica, 78x94x121mm, contornos lobulados e sem planos de clivagem com pericárdico, crossa da aorta ou opérculo torácico, com extensão supra-clavicular, associada a atelectasia do pulmão esq. e derrame pleural no hemitórax esq. com sinais de compressão e desvio mediastínico contralateral.
Em internamento foi estabelecido o diagnóstico de Linfoma Hodgkin clássico do subtipo esclerose nodular (estadio II-B). Cumpriu 6 ciclos de quimioterapia com intuito curativo, com evidência de remissão completa após 2º ciclo na tomografia de emissão de positrões.

A presente imagem visa explanar a possível apresentação do Linfoma Hodgkin: apresentação indolente e sem repercussão clínica grave de extenso derrame pleural e volumosa massa mediastínica associada. Mais ainda, reforça a importância do diagnóstico diferencial de derrame pleural, relembrando o quilotórax como causa subjacente.