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CORTICÓIDES – UMA FACA DE DOIS GUMES!
Doenças Renais - E-Poster
Congresso ID: P814 - Resumo ID: 1327
Hospital de Braga
Ana Rita Matos, Bernardo Faria
INTRODUÇÃO: Os corticóides constituem um tratamento importante de muitas doenças inflamatórias, alérgicas, imunológicas e neoplásicas. No entanto, a sua toxicidade não é menosprezável, representando uma das principais causas de iatrogenia medicamentosa nas doenças crónicas. Os seus efeitos adversos podem ser muito variáveis – desde alterações menos graves mas desagradáveis para os doentes, como o aspecto cushingóide, até situações potencialmente fatais.
CASO CLÍNICO: Apresenta-se o caso de uma jovem de 24 anos com o diagnóstico de glomerulosclerose segmentar focal (GESF), medicada após o conhecimento desta patologia com corticoterapia em alta dose (prednisolona 1mg/Kg/dia). Com esta dose de prednisolona, que manteve durante 4 meses, atingiu remissão completa, tendo-se, posteriormente, realizado diminuição progressiva da mesma. Após 8 meses de corticoterapia, foi internada na Medicina Interna por dor lombar intensa e incontrolável, sem precipitante aparente. Realizou tomografia computadorizada da coluna, na qual foram observadas osteoporóticas nalgumas vértebras lombares (L3 a L5). A doente desenvolveu, ainda, um aspecto cushingóide, hirsutismo e miopatia dos corticoides. Por isto tudo, procedeu-se à aceleração da diminuição da prednisolona, até à sua total suspensão cerca de 9 meses após o seu início. Realizou osteodensitometria que corroborou a osteoporose e iniciou ácido zolendrónico. No entanto, ocorreu recidiva do síndrome nefrótico, tendo iniciado um inibidor da calcineurina (tacrolimus), com posterior remissão da doença.
DISCUSSÃO: Este caso destaca-se pela exuberância dos efeitos colaterais que esta jovem, sem outras doenças além da GESF, apresentou com apenas 8 meses de prednisolona. De facto, é necessário pensar-se sempre na toxicidade dos corticóides, quando se medica um doente com esta terapêutica, para melhor detectá-la e preveni-la, se possível.