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TROMBOEMBOLISMO PULMONAR NUMA ENFERMARIA DE MEDICINA: ESTUDO RETROSPETIVO DE 8 ANOS
Doenças cardiovasculares - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO088 - Resumo ID: 1377
Hospital Distrital da Figueira da Foz
Joana Dias Antunes, Ana Figueiredo Costa, Filipa Batista, Fábio Almeida, Luísa Loureiro, Teresa Alfaiate, Amélia Pereira
Introdução: A tromboembolia pulmonar (TEP) é uma causa importante de morbimortalidade e resulta da conjugação de vários fatores de risco, ocasionais e/ou inerentes ao doente. A taxa de incidência anual estimada para Portugal em 2013 (dados hospitalares) é de 35:100 000 habitantes (idade≥18 anos) e a mortalidade intra-hospitalar é de 11.2%. De acordo com os dados epidemiológicos verifica-se tendência para o aumento do número anual de casos, mas diminuição da sua mortalidade.
Objetivos: Analisar a população internada com o diagnóstico principal de TEP na enfermaria de Medicina entre 2013 e 2018, comparar com os dados epidemiológicos disponíveis da TEP em Portugal e verificar se se aplicam à população em estudo.
Material e Métodos: Estudo observacional, retrospetivo, incluindo 195 doentes internados no serviço de Medicina entre 1 Janeiro de 2013 e 31 de Dezembro de 2018 com o diagnóstico principal de TEP. A recolha de dados foi feita a partir dos processos dos doentes e do programa SClínico©. A análise estatística foi realizada no programa SPSS© (versão 23).
Resultados: Dos 195 doentes avaliados, cerca de 24 novos casos por ano, 35.4% eram do género masculino e 64.6% do feminino, sendo a média de idades 75±15 anos. Os sintomas mais frequentes à admissão no serviço de urgência incluíram dispneia (40%), dor torácica (18.5%) e alteração do estado de consciência associada a dispneia (8%), encontrando-se 18.5% em choque.
Relativamente aos fatores de risco conhecidos, 20% dos doentes tinha fibrilhação auricular conhecida, 19.5% doença oncológica ativa e 4.6% tinham sido submetidos a cirurgia major nos últimos 3 meses. Em 96.4% dos casos tratou-se do primeiro episódio de TEP. Em 17.4% dos doentes identificou-se trombose venosa profunda à admissão.
Cinquenta e cinco doentes (28.2%) apresentavam 2 ou mais fatores de risco para a ocorrência de TEP, contudo, 20.5% não tinham qualquer fator de risco conhecido. Relativamente ao Score de Wells simplificado, 31.8% dos doentes apresentava um score >1, o que indica TEP provável.
A média de dias de internamento foi de 14.2±10.6 dias, tendo 15.9% dos doentes falecido.
Conclusões: Da análise destes dados constatou-se que a incidência de TEP como diagnóstico principal na enfermaria de medicina é sobreponível ao da literatura. Verificou-se ainda tendência para manutenção do número anual de episódios (ao contrário do que se verifica a nível nacional) e inclinação para diminuição da mortalidade anual, o que provavelmente resultará do aumento da capacidade de diagnóstico e da maior efetividade dos cuidados de saúde. Ainda assim observou-se uma taxa de mortalidade intra-hospitalar superior ao valor nacional, muito provavelmente devida à maior percentagem de população envelhecida da área de afluência do hospital e portanto maior número de comorbilidades.