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CONVULSÕES E ESTADO DE MAL EPILÉTICO NO DOENTE CRÍTICO
Urgência / Cuidados Intermédios e Doente Crítico - Comunicação
Congresso ID: CO135 - Resumo ID: 1379
Hospital Beatriz Ângelo
Sara Freitas, Patrícia Patrício, Manuel Sousa, António Messias
Introdução:
As crises epiléticas repetidas ou estado de mal epilético (EME) são relativamente comuns nas Unidades de Cuidados Intensivos e Intermédios. As suas manifestações são muitas vezes multifacetadas e a sua morbi-mortalidade é elevada se não tratada.

Objetivos:
Determinar a prevalência das Convulsões e EME no Serviço de Medicina Intensiva (composto por Unidade de Cuidados Intensivos e Unidade de Cuidados Intermédios), a sua etiologia, terapêutica, exames complementares, grau de gravidade e outcomes.

Métodos:
Avaliação retrospetiva dos internamentos no Serviço de Medicina Intensiva, durante um período de 5 anos, através da pesquisa no processo clínico cujos diagnósticos principais incluíam as palavras-chave: crise convulsiva, convulsões, estado de mal, estado de mal não convulsivo, estado de mal convulsivo, epilepsia.

Resultados:
Estiveram internados 103 doentes no SMI com esse diagnóstico. A apresentação mais frequente foi o EME convulsivo/ crises convulsivas (68%). A etiologia mais comum é a Epilepsia Vascular, sendo o AVC isquémico a causa mais frequente (23,3%). Outras etiologias comuns são o incumprimento terapêutico (10%), encefalopatia hipóxico-isquémica (17,5%) e alterações metabólicas em 7,7%. As benzodiazepinas são o fármaco de 1ª linha mais utilizado, sendo o Levetiracetam o fármaco de 2ª linha mais administrado. As intercorrências mais frequentes foram a rabdomiólise (10,6%) e pneumonia de aspiração (27%) e 79% dos doentes foram submetidos a ventilação mecânica invasiva. Esta população apresentou uma taxa de mortalidade hospitalar elevada (42%). Observou-se uma mortalidade mais elevada nos casos de Convusões/ EME convulsivo (32%) relativamente ao estado de mal não convulsivo (10%).

Conclusões:
A identificação e abordagem rápida e sistematizada de uma crise convulsiva/EME é extremamente importante, tendo em conta a sua morbi-mortalidade. A investigação etiológica é igualmente urgente devido às diferentes implicações terapêuticas e outcomes.