Hospital Garcia de Orta, EPE. Almada

Apresentamos o caso de um doente sexo masculino, 81 anos, independente nas AVDs, com antecedentes pessoais de hipertensão arterial, dislipidémia, que numa consulta de rotina no médico de família, terá sido identificada uma elevação anormal da fosfatase alcalina no controlo analitico de rotina, e a presença de uma discreta bossa óssea frontal, com um ano de evolução.
Foi encaminhado para consulta de Medicina interna para estudo etiologico da elevação da fosfatase alcalina. Após exclusão das causas hepáticas, foi pedida radiografia do cranio e posteriormente cintigrafia óssea.
Na radiografia do cranio, podemos observar hipertrabeculação da calote craneana com aspecto algodonoso e indefinição dos contronos, com espessamento da calote. Estes achados radiológicos constituem a apresentação clássica da doença de paget do osso.
Para avaliação da extensão da doença, realizou cintigrafia óssea que mostrou sinais de hiperfixação homogenea na calote craneana, coluna vertebral (D8-D10; L3), bacia, ilíaco, bem como nos ossos longos (Fémur esquerdo e tíbia esquerda), sugestivos de doença de paget poliostótica.
Após diagnóstico, iniciou terapêutica com bifosfonatos, estando à data sem alterações analiticas ou sintomatologia associada.
Considerando a doença de paget uma doença com baixa prevalência, apresentação indolente, o seu diagnóstico precoce, em muitos dos casos por achados radiológicos, revela-se importante para prevenir as complicações sistémicas associadas à doença.