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APRESENTAÇÃO ATÍPICA DO LINFOMA NÃO-HODGKIN: UM CASO CLÍNICO
Doenças oncológicas - E-Poster
Congresso ID: P739 - Resumo ID: 1405
Hospital Distrital da Figueira da Foz
Joana Dias Antunes, Filipa Batista, Ana Figueiredo Costa, Fábio Almeida, Luísa Loureiro, Teresa Alfaiate, Amélia Pereira
Introdução: Os linfomas resultam da acumulação de linfócitos malignos nos gânglios linfáticos, podendo atingir o sangue e outros órgãos. O envolvimento primário da coluna por doenças hematológicas é raro. O linfoma não-Hodgkin maligno com localização extranodal envolve com maior frequência o trato gastrointestinal e as vias aéreas, podendo atingir o osso, músculo e sistema nervoso. Os autores descrevem um caso raro de um linfoma não Hodgkin extranodal.
Caso Clínico: Doente do sexo feminino, 78 anos,enviada ao serviço de urgência pelo médico assistente por queixas de dor na região lombar, anca e na perna esquerda com 1 mês de evolução, associado a astenia e anorexia. Trazia uma tomografia computorizada (TAC) da coluna lombar com referência a massa de tecidos moles paravertebral esquerda que infiltrava o corpo vertebral de L4 e espaços intersomáticos L3-L4 e L4-L5, com extensão intracanalar e compromisso das raízes a esse nível, com a informação de se tratar provavelmente de lesão metastática ou de natureza infeciosa. Estava medicada com analgésicos opióides desde o início do quadro, mas com controlo ineficaz da dor.
A doente tinha como antecedentes diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial. À observação encontra-se hemodinamicamente estável e subfebril e tinha limitação marcada da mobilização dos membros inferiores.
Analiticamente destacavam-se leucócitos 10.8x103/uL, hemoglobina 12.7 g/dL, velocidade de sedimentação 70, creatinina 1.3mg/dL e proteína C reativa 91mg/L. Foi colocada a hipótese de se tratar de espondilodiscite pelo que a doente iniciou antibioterapia após a colheita de hemoculturas. Foi realizada biópsia guiada por TAC que revelou linfoma não Hodgkin B, de alto grau/difuso de grandes células, com fenótipo do centro germinativo. Após a realização de medulograma e fenotipagem, que não mostrou alterações relevantes, e de TAC, que não mostrou envolvimento linfático,foi feito o diagnóstico definitivo de linfoma não Hogkin B de grandes células extranodal primário.
Conclusão: Este caso clínico ilustra uma apresentação atípica do linfoma não Hodgkin, que se manifestou como uma massa de tecidos moles para-vertebral, com destruição óssea, o que dificultou o diagnóstico. É importante estar atento a apresentações clínicas menos evidentes do linfoma não-Hodgkin, uma vez que a sua presença determina a estratégia terapêutica e o prognóstico.