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DOENÇA DE FORESTIER – UM FENÓMENO A TER EM CONTA
Doenças autoimunes, reumatológicas e vasculites - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG197 - Resumo ID: 1414
Centro Hospitalar Tondela Viseu
Joana Andrade, Inês Fróis Cunha, Bruno Costa, Filipe Rodrigues, Vera Romão
Homem, 80 anos com sensação de obstrução faríngea, dispneia e estridor desde há vários meses, com episódios ocasionais de agravamento a motivar observação de urgência. Antecedentes de hipertensão arterial, hipertrofia benigna da próstata e tromboembolia pulmonar. Cronicamente medicado com irbersartan 150mg, amlodipina 5mg, finasterida 5mg, sinvastatina 20 mg e varfarina. Fora das agudizações, sem alterações ao exame clínico sumário. Avaliação analítica sem alterações e TC do pescoço com exuberante componente remodelativo na vertente anterior dos corpos vertebrais e calcificação do ligamento pré vertebral a condicionar compressão posterior da laringe, hipofaringe, traqueia e esófago cervical. A endoscopia digestiva alta mostrou abaulamento da parede na zona do cricofaríngeo, com mucosa normal e a vídeo-broncofibroscopia abaulamento da parede postero-lateral esquerda do 1/3 superior da traqueia com redução de cerca de 50% do seu calibre. Faz esquemas terapêuticos transitórios de broncodilatadores e corticóide, para controlo sintomático, com boa resposta. Com seguimento em consulta de otorrinolaringologia e neurocirurgia.
A Hiperostose Esquelética Idiopática Difusa (DISH), ou Doença de Forestier, é uma entidade de etiologia desconhecida, mais frequente nos homens com mais de 50 anos. A maioria das vezes assintomática, resulta de fenómenos de calcificação em locais de inserção de ligamentos e tendões. A coluna vertebral, sobretudo a torácica antero-lateral, é a região mais afectada. Os sintomas podem incluir disfagia, rigidez vertebral e dor toraco-lombar, tosse, disfonia, dispneia, estridor e roncopatia. Os critérios de diagnóstico mais utilizados são os de Resnick e Niwayama, sendo que não há tratamento específico.
Apesar de se considerar mais um fenómeno do que uma doença, o seu reconhecimento é relevante sobretudo pela recente associação a doenças metabólicas frequentes como a Dislipidemia, a Diabetes e a Hiperuricemia.