23

24

25

26
 
NEFROPATIA INDUZIDA POR CONTRASTE – EVOLUÇÃO DE DOENÇA RENAL CRÓNICA COMPARANDO CONTRASTE INTRA-ARTERIAL E INTRAVENOSO
Doenças Renais - Comunicação
Congresso ID: CO200 - Resumo ID: 1428
Unidade Local de Saúde do Alto Minho
Manuel Martins Barbosa, Tiago Mendes, Elsa Araújo, Cristina Freitas, João Pimentel
Introdução
A Nefropatia Induzida por Contraste (NIC) era previamente descrita como a terceira causa mais comum de lesão renal aguda (LRA) em doentes hospitalizados. Define-se como subida de creatinina de 1,5mg/dL ou > 25% do valor basal, em 48 a 72 horas após administração de contraste.
Os factores de risco relacionam-se com o doente e com o procedimento, nomeadamente com o tipo, volume e via de administração de contraste.
O contraste por via intra-arterial (IA) administra-se habitualmente em situações emergentes e procedimentos invasivos, com necessidade de maior volume relativamente ao contraste por via intravenosa (IV).
Material e Métodos:
Pretende-se comparar a administração IV ou IA no desenvolvimento de LRA defina por critérios AKIN às 72 horas, na necessidade de diálise e na evolução de DRC nos três meses após a administração de contraste.
Durante um período de dois anos foram recolhidos dados relativamente a pedidos de avaliação a Nefrologia por lesão renal aguda. Desses pedidos, 41 (6%) cumpriam os critérios de NIC. Foram recolhidos dados dos doentes com administração de contraste entre 01/01/2015 e 31/12/2016 que anos foram desenvolveram NIC, relativos às características demográficas, ao contraste administrado e à evolução clínica e analítica posterior.
Resultados:
Identificaram-se 41 doentes com NIC (15F, 26M), com média de idades de 74.61(±9.21) anos, dos quais 14 realizaram contraste IV (8F, 6M) e 27 contraste IA (9F, 18M). A distribuição etária e de sexo é equivalente entre os 2 tipos de contraste, assim como determinadas variáveis com potencial nefrotóxico: diabetes tipo 2 (0.41), HTA (0.197), IECA/ARA (>0.99) e AINE (0.265). A profilaxia de NIC foi usada em 19 doentes (8F, 11M) entre os quais 6 fizeram contrate IV e 13 IA.
A creatinina (Cr) mediana na admissão era de 1.84mg/dL (±3.34), 72h após contraste era de 3.8mg/dL (±6.75) (3.97±5.28 no grupo IV e 3.7±6.75 no grupo IA). Não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas no valor de AKIN às 72h entre os dois tipos de vias de administração (p = 0.204 [Intervalo de Confiança (IC) 0.196-0.212]).
A evolução de estadio de doença renal crónica entre os dois grupos não apresentou diferença estatisticamente significativa (taxa de filtração glomerular 6 meses antes e 3 meses depois (Chi2: p=0.069; [IC 0.064-0.073])
Nove dos 41 doentes (2F, 7M) necessitaram de diálise, 3 receberam contraste IV e 6 IA. Não há diferença estatisticamente significativa entre os tipos de administração de contraste e a necessidade de diálise (Chi2: p = 0.954).
A profilaxia não mostrou diferenças estatisticamente significativas no score AKIN às 72h (Chi2: p = 0.96 [0.90-0.102]) nem na evolução para DRC (Chi2: 0.709).
Conclusão:
Nesta amostra de doentes com critérios de NIC, comparando a admnistração por via IV e IA, não existem diferenças de valor AKIN às 72 horas,na evolução de DRC aos 3 meses nem na necessidade de diálise.