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TUMOR A ANTIGA
Cuidados paliativos - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG200 - Resumo ID: 1432
Centro Hospitalar do Médio Tejo
Alexandra Dias, Cátia Teixeira, Cármen Ferreira, Eva Claro, Maria Aurora Duarte, Fátima Pimenta
O carcinoma da mama é, na Europa, o tumor com maior incidência na mulher. Ao longo dos anos, verificou-se uma tendência para a diminuição da mortalidade, essencialmente devido a dois fatores: maior precocidade no diagnóstico e melhor qualidade do tratamento. Contudo, ainda existe um número significativo de doentes com diagnóstico tardio.

Mulher, de 56 anos, previamente autónoma, com seguimento há cerca de 2 anos na Cirurgia Geral por nódulo da mama após traumatismo. Tinha realizado nessa altura ecografia mamária que documentou “imagem nodular na separação de quadrantes superiores à esquerda com um contorno ligeiramente irregular havendo ecograficamente uma lesão hipoecogénica irregular, com cerca de 5.5 cm.” Neste contexto, foi pedido estudo, que a doente nunca chegou a realizar. Recorreu a consulta externa de Medicina Interna, para estudo de uma anemia normocitíca e normocrómica (hemoglobina de 6g/dL). Apresentava queixas de astenia, anorexia e emagrecimento progressivo, com 3 meses de evolução. Sem outras queixas. Encontrava-se acamada, há cerca de duas semanas.
Como antecedentes pessoais apenas a salientar: diabetes mellitus tipo2 e miocardiopatia hipertrófica.
Ao exame objetivo, a doente encontrava-se consciente, orientada e colaborante. Apresentava caquexia marcada. Ao nível do membro inferior direito apresentava, empastamento, dor a palpação e dorsiflexão do pé, sugestiva de trombose venosa profunda. Eram palpáveis nódulos supraclaviculares esquerdos, axilares e inguinais bilateralmente. A nível da mama esquerda, era visível extensa lesão ulcerada de cerca de 23 cm, com destruição mamilar e exposição de músculo. A doente ficou internada no serviço de Medicina Interna para tratamento paliativo.

O diagnóstico tardio do carcinoma da mama está associado a fatores sociodemográficos e culturais como idade avançada e menor escolaridade, negação da doença, contribuindo para uma apresentação avançada da doença e uma taxa de sobrevivência reduzida.