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DOIS TUMORES SÍNCRONOS… UM GRANDE DESAFIO DIAGNÓSTICO
Doenças oncológicas - E-Poster
Congresso ID: P775 - Resumo ID: 1450
Hospital Garcia de Orta
Inês Marques, Elvis Guevara, Bianca Vaz, Rita Nortadas, Ana Oliveira Gomes, Letícia Santos
Introdução: A primeria descrição de tumores primários múltiplos foi feita em 1889 mas apenas em 1932 foi publicado o primeiro caso na literatura. Com o aumento da longevidade, aumentaram os casos de tumores metácronos (múltiplos tumores primários diagnosticados com um intervalo superior a 6 meses) mas os casos de tumores síncronos (intervalo do diagnóstico inferior a 6 meses) são muito menos comuns. Caso clínico: Descreve-se o caso de um homem de 63 anos, autónomo, com hábitos tabágicos activos e sem outros antecedentes pessoais. Referia quadro de aumento do volume abdominal com 2 semanas de evolução, tendo realizado ecografia abdominal em ambulatório que mostrava ascite peri-hepática e peri-esplénica. Foi internado para esclarecimento do quadro clínico. Da avaliação analitica da admissão destacava-se apenas discreto aumento dos parâmetros inflamatórios. As serologias para virus hepatotróficos foram negativas. Realizou tomografia computadorizada abomino-pélvica que mostrou marcada dilatação do ureter esquerdo, prostata heterogénea marcadamente aumentada e espessamento da parede posterior da bexiga. Realizou cistoscopia e ecografia prostática trans-rectal, sem lesões endoluminais, tendo sido colhida biópsia prostática. A ressonância magnética abdomino-pélvica apontou extensa lesão neoformativa da próstata. Nas duas semanas seguintes, evoluio com franco aumento do volume da ascite e deterioração galopante do estado geral, com náuseas e vómitos refractários a terapêutica anti-emética, anorexia e perda ponderal de cerca de 12Kg. Procedeu-se a paracentese diagnóstica, cuja avaliação foi compatível com exsudado, com elevada contagem celular mas negativa para células neoplásicas e com exame cultural negativo. A biópsia revelou adenocarcinoma prostático. Pela evolução fulminante do síndrome constitucional incoerente com o diagnóstico histológico obtido, na terceira semana de internamento optou-se por realizar tomografia por emissão de positrões que foi compatível com lesão primária do pâncreas com metastização hepática e peritoneal. O doente faleceu uma semana depois deste resultado. Discussão: A ocorrência de tumores primários múltiplos é pouco frequente e pode ser facilmente confundida como um tumor único com metastização. Revendo a literatura, são escassos os casos publicados de tumores síncronos do pâncreas e da próstata.