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A EMBOLIA PULMONAR AUMENTA MAS A MORTALIDADE DIMINUÍ
Doenças cardiovasculares - Comunicação
Congresso ID: CO171 - Resumo ID: 144
Hospital Central do Funchal
Carolina Barros, Mariana Gomes, Carolina Morna, Diogo André, Fabiana Gouveia, Teresa Faria, Luz Brazão
INTRODUÇÃO: A embolia pulmonar (EP) corresponde à obstrução da vasculatura pulmonar por um trombo/embolo. A sua taxa de incidência estimada em Portugal é de 35/100 000 habitantes e tem-se verificado um aumento desta nos últimos anos. No entanto foi observado um decréscimo na mortalidade intra-hospitalar.

OBJECTIVO: Determinar o número de doentes internados no serviço de Medicina Interna de Abril de 2016 a Abril de 2018 por EP e os seus principais factores de risco (FR) assim como co-morbilidades.

MATERIAL E METÓDOS: Análise retrospectiva dos doentes internados com o diagnóstico de EP no serviço de Medicina Interna de Abril de 2016 a Abril de 2018, através da revisão de processos clínicos de internamento. A avaliação estatística foi realizada com recurso ao programa Microsoft Office Excel® 2010.

RESULTADOS: Um total de 149 doentes foram internados no serviço de Medicina Interna de Abril de 2016 a Abril de 2018 com o diagnóstico de EP, a maioria foi do sexo feminino (n=108, 72%), com idade média de 72 (25 a 95) anos. A demora média de internamento foi de 11 (0 a 66) dias. A principal sintomatologia apresentada à admissão foi a dispneia (n=93, 62%) seguindo-se da dor torácica (n=51, 34%) e da síncope (n=38, 26%). Observou-se aproximadamente em 108 casos (72%) hipocapnia e em 126 (85%) hipoxia na gasimetria arterial realizada à admissão e a presença de hipocapnia e hipoxia concomitantes apenas verificou-se em 96 casos (64%). Cerca de 143 (96%) dos doentes apresentavam valor de D-dímeros, ajustado à idade, compatível com diagnóstico de EP. Na sua grande maioria o diagnóstico foi confirmado por Tomografia computorizada torácica (n=143, 96%), e em apenas 19 casos (18%) foi realizado ecocardiograma para avaliação de complicações mecânicas. Os principais factores de risco encontrados foram a idade superior a 60 anos (n=130, 87%), imobilização (n=41, 28%), história pessoal de tromboemolismo venoso (TEV) (n=26, 17%) e neoplasia maligna (n=24, 16%). Registaram-se apenas 12 óbitos (8%), sendo que os principais factores de risco apresentados por estes foram a idade superior a 60 anos (n=12, 100%), imobilização (n=9, 75%) e as neoplasias malignas (n=5, 42%). Na sua grande maioria, os doentes foram medicados com anticoagulantes orais directos (n=121, 81%). Aproximadamente 6 (4%) doentes apresentaram recorrência da embolia pulmonar apesar da anticoagulação estabelecida à data de alta.

CONCLUSÕES: O aumento da longevidade condicionando o aumento das co-morbilidades assim como da dependência e imobilização têm sido os principais aliados para o aumento da incidência de EP, sendo que os principais FR encontrados foram a idade, imobilização, história pessoal de TEV e neoplasia maligna. A taxa de mortalidade intra-hospitalar verificada foi baixa, o que reflecte os diagnósticos mais precisos, graças à maior utilização dos exames complementares de diagnóstico disponíveis, conduzindo a um melhor tratamento atempado.