ENFISEMA PULMONAR – AS “BOLHAS GIGANTES”
Doenças respiratórias - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG204 - Resumo ID: 1467
Hospital Central do Funchal
Margarida Temtem, Duarte André Ferreira, Mauro Fernandes, Rubina Miranda, Maria da Luz Brazão
Homem de 49 anos, autónomo e residente numa instituição de saúde por esquizofrenia. Fumador (30 unidades maço-ano) com antecedentes de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) classe GOLD D com enfisema pulmonar grave e insuficiência respiratória tipo 2 crónica sob oxigenoterapia de longa duração (OLD). Com múltiplos internamentos prévios por agudização da DPOC. Internado por prostração com agudização infeciosa da DPOC e intoxicação medicamentosa com necessidade de ventilação não invasiva (VNI). Iniciou antibioterapia empírica com piperacilina-tazobactam, que cumpriu durante 7 dias, tendo feito desmame progressivo da VNI com boa resposta. As hemoculturas e o exame bacteriológico da expectoração foram negativos. Radiografia do tórax com bolha enfisematosa à direita ocupando mais de 50% do campo pulmonar e outra bolha de enfisema à esquerda ocupando 30% do campo pulmonar e adicionalmente com hipotransparência heterogénea difusa bilateralmente. Tomografia computorizada do tórax com intensas alterações enfisematosas do tipo panlobular, com transformação bolhosa, envolvendo os lobos superiores, lobo médio e língula. No lobo inferior à direita, há enfisema do tipo parasseptal. Consolidação parcial de ambos os lobos inferiores com broncograma aéreo. Dilatação das artérias pulmonares, em relação com processo de hipertensão pulmonar, não se registando contudo sinais de tromboembolia. À data da alta, assintomático mantendo OLD.
Estas imagens revelam o quanto pode ser o tamanho de uma bolha de enfisema pulmonar e os desafios que enfrentamos quando temos de optar por ventilação invasiva ou não invasiva.