23

24

25

26
 
DISTENSÃO ABDOMINAL: UMA CAUSA (RAPIDAMENTE) REVERSÍVEL
Doenças oncológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG209 - Resumo ID: 1513
Hospital Garcia de Orta, serviço de Medicina IV
Rita Passos Coelho, Pedro Beirão, Vitória Cunha
Mulher de 69 anos, autónoma, sem seguimento médico regular e com antecedentes pessoais conhecidos de hipertensão arterial medicada e obesidade grau III. Admitida no serviço de Medicina Interna em Março/2018 por síndrome confusional agudo secundário a infecção do tracto urinário. Ao exame objectivo com distensão abdominal exuberante e circulação colateral visível, abdómen pouco depressível, sem massas individualizáveis, indolor à palpação. Solicitada ecografia abdominal para estudo, inconclusiva pelo biotipo e pela intolerância ao decúbito dorsal pelo aumento da pressão intraabdominal e compromisso ventilatório. Realizada tomografia abdomino-pélvica que revelou “volumosa lesão quística de 35x32x40cm, a condicionar desvio de todas as estruturas intraabdominais, de aparente ponto de partida anexial esquerdo, sem vegetações ou septações suspeitas de lesão neoformativa maligna”. Submetida a histerectomia e anexectomia bilateral, e exame extemporâneo compatível com “cistoadenoma seroso do ovário esquerdo, sem evidência de atipia citoarquitectural”.
Correspondendo o cancro do ovário a 30% dos tumores malignos do tracto ginecológico, e sendo o continente Europeu onde se verificam as mais altas taxas de incidência, aumentos desproporcionados do volume abdominal devem sempre levantar a suspeita de lesões neoformativas, nomeadamente anexiais. Este caso destaca a importância de um exame objectivo completo e raciocínio clínico integrado, e do impacto que isso pode ter na qualidade de vida dos doentes.