23

24

25

26
 
O TERRÍVEL MELANOMA
Doenças oncológicas - E-Poster
Congresso ID: P727 - Resumo ID: 1514
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco - Serviço de Medicina Interna
Rui Isidoro, Pedro Vieira, Inês Pestana, Cleópatra Goric, Isabel Candelária, Paula Paiva, Alexandre Louro, Eugénia André
INTRODUÇÃO: O Melanoma Maligno é uma neoplasia cutânea com origem nas células melanocíticas. Representa o tumor cutâneo com maior mortalidade, apresentando uma incidência crescente nas últimas décadas, especialmente na população jovem. Vários autores têm reportado a associação forte entre o desenvolvimento de Vitiligo espontaneamente e com o tratamento do Melanoma Maligno. CASO CLÍNICO: Mulher, 72 anos. Portadora de lesões cutâneas despigmentadas compatíveis com Vitiligo com início há um ano, sem outros antecedentes ou medicação habitual de relevo. Admitida no Serviço de Urgência por queda há 3 meses, posteriormente com queixas álgicas a nível inguinal esquerdo e impotência funcional progressiva da articulação coxofemoral homolateral. Ao exame objetivo salientava-se: lesões cutâneas despigmentadas dispersas, a nível das mãos, face e tronco. Sem lesões hiperpigmentadas visíveis. Dor com palpação profunda e espessamento dos tecidos a nível da região inguinal esquerda, com limitação funcional activa e passiva da articulação coxofemoral. Dos exames complementares realizados, destaca-se tomografia computorizada (TC) com identificação de lesão osteolítica no ramo ilio-púbico esquerdo com fractura associada e adenomegalia inguinal esquerda. Decidida terapêutica conservadora da fractura, internamento para estudo e controlo de dor. Realizou TC cranio-toraco-abdomino-pélvica com contraste, identificando-se nódulo subpleural do lobo inferior esquerdo sugestivo de depósito secundário, adenopatias com centro necrótico nas cadeias ilíacas primitiva e externa à esquerda e inguinal homolateral e lesão osteolítica supracitada anteriormente. Realizou biópsia ecoguiada dirigida a adenopatia inguinal, fragmentos com aparência macroscópica sólida e de pigmentação negra. Resultado Anátomo-Patológico com identificação de pigmentos de melanina e imunomarcação positiva, confirmando doença metastática de Melanoma Maligno. Realizou tomografia por emissão de positrões (PET) com captação hipermetabólica das múltiplas lesões previamente caracterizadas em TC, sem identificação de outras lesões. Posteriormente, referenciada para orientação terapêutica, tendo realizado Radioterapia dirigida a lesões inguinais. CONCLUSÃO: Os autores pretendem alertar para a heterogeneidade clínica que a metastização do Melanoma Maligno pode apresentar. Na ausência de lesões cutâneas primárias identificáveis, a suspeição diagnóstica é dificultada. Apesar da forte correlação, o desenvolvimento de Vitiligo nos doentes com Melanoma Múltiplo carece ainda de melhor esclarecimento.