23

24

25

26
 
EVENTOS HEMORRÁGICOS APÓS SÍNDROME CORONÁRIO AGUDO
Doenças cardiovasculares - Comunicação
Congresso ID: CO157 - Resumo ID: 1532
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Daniel Marques, João André Ferreira, Rui Baptista, Sílvia Monteiro, Francisco Gonçalves, Lino Gonçalves.
Introdução: Após um síndrome coronário agudo (SCA), os doentes necessitam de terapêutica com antiagregantes plaquetares, sendo os eventos hemorrágicos complicações possíveis desta terapêutica.
Objectivos: Determinar a incidência de eventos hemorrágicos em doentes após SCA.
Material e Métodos: Efectuámos o seguimento de uma coorte de doentes internados por SCA em uma Unidade de Cuidados Intensivos Coronários no período de 1 de Janeiro a 31 de Março de 2016, através da consulta do processo informático e de contacto telefónico, para avaliar o surgimento de eventos hemorrágicos com pelo menos uma das seguintes características: que motivassem procura de serviços de saúde, com necessidade de transfusão de concentrado de eritrócitos, de internamento ou com instabilidade hemodinâmica, ou hemorragia intra-craniana, retroperitoneal ou retro-ocular.
Resultados: Neste período, estiveram internados 147 doentes, 144 dos quais com diagnóstico de SCA (67 com enfarte agudo do miocárdio com supra-desnivelamento de ST, 60 com enfarte agudo do miocárdio sem supra-desnivelamento de ST, e 17 com angina instável), com idades compreendidas entre 33 e 89 anos. Oito doentes (5,5%) faleceram durante o internamento. 132 doentes tiveram alta medicados com dois antiagregantes plaquetares; 2 doentes medicados com um antiagregante e um anticoagulante oral de acção directa (DOAC); e 2 doentes medicados com 2 antiagregantes e DOAC. O tempo de seguimento variou de 5 a 36 meses. 4 (2,8%) doentes faleceram durante o seguimento. Registaram-se eventos hemorrágicos em 10 doentes (7,5%), 4 doentes (3%) com epistáxis com necessidade de medidas locais (todos duplamente antiagregados), 4 (3%) doentes com hemorragia digestiva alta (2 doentes duplamente antiagregados, 2 doentes medicados com dois antiagregantes e DOAC), 1 doente (1,5%) com hemorragia digestiva baixa (medicado com 1 antiagregante e DOAC). Destes 10 doentes, seis (4,5%) necessitaram de transfusão de concentrado de eritrócitos, três (2,3%) dos quais necessitaram de internamento para esclarecimento etiológico. Não se registaram hemorragias com instabilidade hemodinâmica, ou intra-cranianas, retroperitoneais ou retro-oculares.
Conclusão: A incidência de eventos hemorrágicos foi baixa, sendo ainda mais baixa a incidência de hemorragia com necessidade de transfusão ou internamento, com valores próximos dos descritos na literatura. A terapêutica instituída após o internamento por SCA parece ser segura, no entanto será necessário estudar uma maior população de doentes.