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PERDA DE CONSCIÊNCIA TRANSITÓRIA NO SERVIÇO DE URGÊNCIA – ESTUDO RETROSPETIVO
Urgência / Cuidados Intermédios e Doente Crítico - Comunicação
Congresso ID: CO136 - Resumo ID: 1560
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central - Hospital Sto. António dos Capuchos
Ana Brito, Hugo Inácio, Daniela Marto, Dina Pita, Andreia Amaral, Sofia Mateus, Salvador Morais Sarmento, Miguel Sousa Leite, Catarina Espirito Santo, Marta Moitinho, Paulo Barreto, Catarina Salvado
INTRODUÇÃO
A alteração do estado de consciência é uma das queixas principais mais frequentes e mais graves dos doentes que recorrem ao serviço de urgência (SU). Esta queixa inclui a perda de consciência transitória (PCT), que pode ser classificada, segundo o mecanismo fisiopatológico, em alterações da perfusão cerebral, disfunção neurológica, de origem psicogénica, e ainda outras causas mais raras.

OBJECTIVOS
Estudar a população de doentes que recorreram a um SU polivalente, durante um ano, com PCT.

MÉTODOS
Estudo observacional retrospetivo dos doentes com PCT, segundo a definição da European Society of Cardiology (ESC) – guidelines 2018, que recorreram ao um SU polivalente, durante o ano de 2017.
Dos 1496 doentes com queixa principal ´alteração da consciência/síncope´ (2.1% dos encaminhados à Medicina Interna), selecionamos uma amostra aleatória de 100.

RESULTADOS
Verificámos que 72% tiveram diagnóstico provisório no SU; 28% tiveram diagnóstico definitivo (13% patologia cardiovascular e 15% tiveram PCT de outras causas).
No grupo de doentes com diagnóstico definitivo, as patologias mais frequentes foram as intoxicações (7%) e o tromboembolismo pulmonar (4%).
Naqueles com diagnóstico provisório, síncope vagal foi o mais frequente (19%); 37% não apresentavam registo de hipótese diagnóstica.
A idade média e o género variaram entre os grupos, sendo o género feminino mais prevalente nos doentes com diagnóstico provisório (68%); e a idade média mais elevada na patologia cardiovascular (75 anos). Em relação aos antecedentes, 69% tinham registos de patologia cardíaca e 37% de epilepsia.
A maioria dos doentes tiveram PCT em posição ortostática (16%) e 5% tiveram PCT em decúbito. Em 38% foram registados pródromos.
Relativamente aos métodos complementares de diagnóstico, 89% fizeram eletrocardiograma e avaliação analítica, 70% dosearam troponina e 23% dosearam D-dímeros.
Apenas 15% foram internados, a maioria (69%) pertencia ao grupo com patologia cardiovascular, sendo que, 7% destes foram para unidade de cuidados intensivos.
Dos doentes não internados, 76% apresentaram critérios de alto risco segundo as ESC - guidelines 2018. A maioria destes foi encaminhada a consulta de medicina geral e familiar (MGF).

DISCUSSÃO
Concluímos que poucos doentes com PCT têm diagnóstico definitivo no SU. A maioria destes foi encaminhada para continuar estudo em ambulatório com MGF, não havendo informação acerca da investigação realizada. Estes dados sugerem a importância de melhorar a articulação com os cuidados de saúde primários ou a criação de uma consulta especializada em meio hospitalar.