O RATINHO DA PADARIA...
Doenças infeciosas e parasitárias - E-Poster
Congresso ID: P484 - Resumo ID: 1574
Centro Hospitalar de Tondela-Viseu
Rui Correia, Ana Catarina Carvalho, Marlene Delgado, António Correia
Introdução:
A Leptospirose é uma doença infeciosa causada por espiroquetas patogénicas do género Leptospira, sendo considerada a zoonose mais comum do mundo, estando associada a roedores. As infeções humanas são adquiridas por contato direto com urina, tecidos infetados, água ou solo contaminado. O espectro clínico varia desde uma situação indolente até potencialmente fatal. Geralmente ocorre um quadro agudo de febre, mialgias e cefaleias, tosse seca, sintomas gastrointestinais, porém pode manifestar-se por um quadro grave composto por icterícia, lesão renal aguda oligúrica, diáteses hemorrágicas e SIRS ou choque denominado Síndrome de Weil.
Caso Clínico:
Homem de 30 anos, sem antecedentes patológicos conhecidos mas com hábitos etanólicos estilo “binge drinking”. Quadro com 4 dias de evolução de tosse irritativa, rinorreia e cefaleia holocraniana e, nas últimas 24h, febre alta (40ºC), astenia e anorexia. Epidemiologicamente, o doente trabalhava em Inglaterra, numa padaria, podendo ter contactos com ratos no armazém da farinha, todavia numa primeira fase da anamnese este facto foi ignorado pelo doente, vindo depois um familiar a referi-lo. Os exames realizados no SU revelaram analiticamente aumento dos biomarcadores de inflamação (leucocitose 18.20G/L; PCR 40.65mg/dl) e citocolestase hepática (AST 128UI/L; ALT 137UI/L; GGT 237UI/L; FA 121UI/L; LDH 629UI/L), sem insuficiência hepática e com presença de esteatose hepática na ecografia abdominal. A investigação diagnóstica compreendeu: hemoculturas e urocultura amicrobianas, serologias de hepatites B e C, CMV, EBV, HIV, Ricktesia e Coxiella negativas, electroforese das proteínas séricas normal, estudo auto-imune (ANA, ENA, ANCA, ASMA, anti-LKM1, anti-LC1 e anti-mitocondriais) negativo, sendo o diagnóstico estabelecido mediante a serologia da Leptospira com IgM positiva. Após o estabelecimento do diagnóstico de Leptospirose, manteve-se a antibioterapia com ceftriaxone, instituída empiricamente à admissão, cumprindo 7 dias com boa evolução clínica e analítica.
Conclusão:
O destaque deste caso vai para o facto de que é imprescindível esmiuçar o contexto epidemiológico para que o diagnóstico desta zoonose seja estabelecido atempadamente, sobretudo tendo em conta, que podem ocorrer casos fatais.
A Leptospirose é uma doença infeciosa causada por espiroquetas patogénicas do género Leptospira, sendo considerada a zoonose mais comum do mundo, estando associada a roedores. As infeções humanas são adquiridas por contato direto com urina, tecidos infetados, água ou solo contaminado. O espectro clínico varia desde uma situação indolente até potencialmente fatal. Geralmente ocorre um quadro agudo de febre, mialgias e cefaleias, tosse seca, sintomas gastrointestinais, porém pode manifestar-se por um quadro grave composto por icterícia, lesão renal aguda oligúrica, diáteses hemorrágicas e SIRS ou choque denominado Síndrome de Weil.
Caso Clínico:
Homem de 30 anos, sem antecedentes patológicos conhecidos mas com hábitos etanólicos estilo “binge drinking”. Quadro com 4 dias de evolução de tosse irritativa, rinorreia e cefaleia holocraniana e, nas últimas 24h, febre alta (40ºC), astenia e anorexia. Epidemiologicamente, o doente trabalhava em Inglaterra, numa padaria, podendo ter contactos com ratos no armazém da farinha, todavia numa primeira fase da anamnese este facto foi ignorado pelo doente, vindo depois um familiar a referi-lo. Os exames realizados no SU revelaram analiticamente aumento dos biomarcadores de inflamação (leucocitose 18.20G/L; PCR 40.65mg/dl) e citocolestase hepática (AST 128UI/L; ALT 137UI/L; GGT 237UI/L; FA 121UI/L; LDH 629UI/L), sem insuficiência hepática e com presença de esteatose hepática na ecografia abdominal. A investigação diagnóstica compreendeu: hemoculturas e urocultura amicrobianas, serologias de hepatites B e C, CMV, EBV, HIV, Ricktesia e Coxiella negativas, electroforese das proteínas séricas normal, estudo auto-imune (ANA, ENA, ANCA, ASMA, anti-LKM1, anti-LC1 e anti-mitocondriais) negativo, sendo o diagnóstico estabelecido mediante a serologia da Leptospira com IgM positiva. Após o estabelecimento do diagnóstico de Leptospirose, manteve-se a antibioterapia com ceftriaxone, instituída empiricamente à admissão, cumprindo 7 dias com boa evolução clínica e analítica.
Conclusão:
O destaque deste caso vai para o facto de que é imprescindível esmiuçar o contexto epidemiológico para que o diagnóstico desta zoonose seja estabelecido atempadamente, sobretudo tendo em conta, que podem ocorrer casos fatais.