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O TEMPO NÃO VOLTA ATRÁS - A PROPÓSITO DE UMA NEOPLASIA VESICAL METASTIZADA
Doenças oncológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG018 - Resumo ID: 157
Serviço de Medicina Interna 4.3, Hospital Beatriz Ângelo
Adriana Paixão Fernandes, Ana Isabel Brochado, David Prescott, Margarida Pimentel Nunes, Inês Branco Carvalho, Isabel Montenegro Araújo, Beatriz Donato, Rita Sérvio, José Luis Ferraro, Salomão Fernandes, Olga Pereira, António Martins Baptista, José Lomelino Araújo
Homem de 56 anos, caucasiano, com antecedentes de tabagismo (40UMA), a quem foi diagnosticado carcinoma vesical de alto grau com invasão da uretra prostática e uretero hidronefrose bilateral em 2016; sem evidência de secundarização. Sob orientação das especialidades de Urologia e Oncologia, realizou QT neoadjuvante em 08/2016 e cirurgia a 10/2016. Sem evidência de recidiva tumoral posterior. Acabou por abandonar o seguimento oncológico em 2017. No final desse ano, por achados sugestivos de recidiva ganglionar em exame de ambulatório, recorreu novamente às especialidades acima mencionadas. Apesar de indicado o início de terapêutica de 1ª linha, esta não foi instituída por novo abandono do seguimento hospitalar.

Em 2018 inicia quadro de algias no membro inferior esquerdo cuja avaliação imagiológica, solicitada pela médica assistente, revelou lesões osteolíticas nos ilíacos e sacro. Em maio desse ano, associou-se quadro febril, sinais inflamatórios localizados na perna esquerda, com exsudação, e repercussão sistémica (prostração e elevação significativa dos parâmetros inflamatórios), tendo sido internado com a hipótese de celulite. Aquando da admissão, documentada hepatomegália e citocolestase significativa; perante o contexto oncológico evolutivo e este achado, avançou-se para re-estadiamento oncológico. Realizou cintigrafia óssea (metastização óssea da bacia e fémur esquerdo proximal) e TC toraco-abdomino-pélvica (crescimento da lesão existente na cavidade pélvica à esquerda, metastização pulmonar e metastização hepática maciça). Quanto à última, a que se refere a imagem publicada, notabiliza-se uma hepatomegália multinodular exuberante, com preenchimento subtotal da cavidade abdominal.

Após discussão do caso com Urologia e Oncologia, foram indicadas terapêuticas de suporte e sintomáticas, proporcionando conforto ao doente; este acabou por vir a falecer durante o internamento.