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UNIDADE DE CUIDADOS INTERMÉDIOS DE PROXIMIDADE
Urgência / Cuidados Intermédios e Doente Crítico - Comunicação
Congresso ID: CO132 - Resumo ID: 1594
Serviço de Medicina IV, Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca
Joana Azevedo Carvalho, Leonor Boavida, Célia Henriques, Ricardo Marques, Ana Bastos Furtado, José Delgado Alves
As unidades de cuidados intermédios (UCINT) são unidades de elevada dependência. O seu funcionamento como parte integrante de uma enfermaria de medicina constitui uma importante mais-valia ao permitir uma rápida rotatividade de doentes. O presente estudo tem como objetivo a caracterização a população de doentes admitida numa UCINT de nível 1, integrada numa enfermaria de Medicina Interna de um hospital distrital com uma capacidade de 6 camas.
Estudo descritivo, retrospectivo realizado entre Janeiro a Dezembro de 2017. Da população de 344 admissões, 48 foram excluídas por ausência de dados na base de dados da unidade. A recolha de dados foi baseada da consulta dos processos clínicos em sistema informático Soarian®.
A população é constituída por 57,1% de doentes do sexo masculino, com idade média de 71,4 anos, com um índice de comorbilidade de Charslon de 5.9. A maioria dos quais provêm do Serviço de Urgência (60.1%), com uma percentagem substancial de doentes transferidos da enfermaria (16.9%) e Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) (13,5%). A demora média da população na UCINT é de 5,3dias/doente com uma demora média hospitalar de 23 dias/doente. Da análise do subgrupo de doentes provindos da UCI verifica-se que a demora média na UCINT é mais baixa (4,4 dias/doente) com uma demora média hospitalar superior (39.2dias/doente). A gravidade do doente admitido foi avaliada através do SAPS II com um valor de 31,8. Os principais motivos de admissão foram a instabilidade hemodinâmica (29.1%), ventilatória (28.4%) e o descalonamento de UCI (16.9%). Quanto aos principais diagnósticos destacam-se a insuficiência cardíaca (13,5%), a sépsis (7,8%), a pneumonia adquirida na comunidade (7,8%) e nosocomial (5.7%). A ventiloterapia não invasiva (VNI) é uma das principais valências na UCINT com 34,5% dos doentes submetidos a esta técnica. Cerca de 10% estiveram sob ventilação mecânica invasiva e 2,7% com traqueostomia. Foi utlizada ecografia à cabeceira como auxiliar de diagnóstico tendo sido realizados 35 ecocardiogramas e 92 avaliações “point-of-care”. Foi necessário escalar suporte em 5,4% dos doentes, na sua maioria, em contexto de choque séptico com falência multiorgânica (n=5), falência respiratória (n=3) e ARDS (n=2). Cerca de 21% dos doentes não tinham indicação para tratamento com recurso a medidas de suporte invasivo de órgão. A taxa de mortalidade na UCINT foi de 3% com uma mortalidade global de 10%. A grande maioria dos doentes tem alta para a enfermaria de Medicina (80,7%).
Da comparação dos dados apresentados (Alegre F. et al, 2015), conclui-se que a unidade de proximidade caracterizada assemelha-se a outras independentes da enfermaria. A optimização da utilização da VNI e reabilitação respiratória são elos terapêuticos fulcrais. Paralelamente, a ecografia tem vindo a ganhar um papel muito relevante na gestão do doente crítico. Este conceito permite o tratamento de doentes complexos e mais velhos, sem prejuízo na mortalidade global.