CRISE ADDISONIANA COMO RESULTADO DE UMA INFEÇÃO VIRAL
Doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais - E-Poster
Congresso ID: P292 - Resumo ID: 1695
Centro Hospitalar e Universitário do Algarve
Pedro Gomes Santos, Mihail Molgidea, Carolina Soares Oliveira, Pedro Martins dos Santos, Júlio Lemos Teixeira, José Moreno, Bárbara Oliveira, João Oliva Alves, Rafael Dinis
Introdução
A insuficiência suprarrenal primária ou doença de Addison é uma patologia rara causada por destruição autoimune da glândula suprarrenal, com insuficiência crónica de cortisol. Contrariamente à insuficiência suprarrenal secundária a doença de Addison carateriza-se por uma elevação sérica de ACTH, responsável pela hiperpigmentação cutânea presente em alguns doentes. O tratamento baseia-se em terapêutica de substituição com corticoides ou mineralocorticoide.
Caso clínico
Homem de 39 anos, caucasiano, residente no estrangeiro, encontrava-se em Portugal de férias. Antecedentes de Doença de Addison desde 2010, medicado com hidrocortisona 17,5mg/dia e fludrocortisona 0,075mg/dia, com cumprimento terapêutico. Deu entrada no serviço de urgência por um quadro de alteração do estado de consciência e hipoglicemia (62mg/dL), corrigidos após 2 unidades de soro glicosado hipertónico. Após melhoria do estado de consciência o doente refere um quadro de febre, tosse, mialgias e mal-estar geral com uma semana de evolução. Ao exame físico encontrava-se desidratado, com hipertermia (39,8ºC) e instabilidade hemodinâmica (TA 98/62 mmHg e FC 115 bpm). Sem alterações valorizáveis na tomografia crânio-encefálica, radiografia de tórax e eletrocardiograma. Analiticamente apenas de salientar uma hiponatremia (119 mmol/L) e lesão renal aguda (Cr 1,7 mg/dL e Ur 43 mg/dL). Assumiu-se o diagnóstico de Crise Addisoniana no contexto de infeção viral. Por hipotensão refratária ao tratamento com fluidoterapia e hidrocortisona o doente foi admitido na unidade de cuidados intensivos para suporte aminérgico e terapêutica de suplementação de mineralocorticoides.
Discussão
A crise Addisoniana é uma emergência causada por uma insuficiência de cortisol, podendo ocorrer no decurso do tratamento da doença ou como manifestação primária. Esta pode ser desencadeada por diversas situações, nomeadamente stress (infeção, trauma, hipertiroidismo, jejum prolongado) ou descontinuação da terapêutica. Pacientes com doença de Addison devem ser educados sobre a sua doença, nomeadamente aconselhando o uso de uma pulseira com informação médica resumida. É essencial também fornecer ao doente um esquema de ajuste da corticoterapia em situações de doença, acidentes, previamente a pequenas cirurgias ou de exercício físico extenuante. Apresentamos assim o caso de uma situação emergente com perigo de vida para o doente que poderia ter sido evitada caso fossem prestados ensinos prévios sobre o ajuste terapêutico.
A insuficiência suprarrenal primária ou doença de Addison é uma patologia rara causada por destruição autoimune da glândula suprarrenal, com insuficiência crónica de cortisol. Contrariamente à insuficiência suprarrenal secundária a doença de Addison carateriza-se por uma elevação sérica de ACTH, responsável pela hiperpigmentação cutânea presente em alguns doentes. O tratamento baseia-se em terapêutica de substituição com corticoides ou mineralocorticoide.
Caso clínico
Homem de 39 anos, caucasiano, residente no estrangeiro, encontrava-se em Portugal de férias. Antecedentes de Doença de Addison desde 2010, medicado com hidrocortisona 17,5mg/dia e fludrocortisona 0,075mg/dia, com cumprimento terapêutico. Deu entrada no serviço de urgência por um quadro de alteração do estado de consciência e hipoglicemia (62mg/dL), corrigidos após 2 unidades de soro glicosado hipertónico. Após melhoria do estado de consciência o doente refere um quadro de febre, tosse, mialgias e mal-estar geral com uma semana de evolução. Ao exame físico encontrava-se desidratado, com hipertermia (39,8ºC) e instabilidade hemodinâmica (TA 98/62 mmHg e FC 115 bpm). Sem alterações valorizáveis na tomografia crânio-encefálica, radiografia de tórax e eletrocardiograma. Analiticamente apenas de salientar uma hiponatremia (119 mmol/L) e lesão renal aguda (Cr 1,7 mg/dL e Ur 43 mg/dL). Assumiu-se o diagnóstico de Crise Addisoniana no contexto de infeção viral. Por hipotensão refratária ao tratamento com fluidoterapia e hidrocortisona o doente foi admitido na unidade de cuidados intensivos para suporte aminérgico e terapêutica de suplementação de mineralocorticoides.
Discussão
A crise Addisoniana é uma emergência causada por uma insuficiência de cortisol, podendo ocorrer no decurso do tratamento da doença ou como manifestação primária. Esta pode ser desencadeada por diversas situações, nomeadamente stress (infeção, trauma, hipertiroidismo, jejum prolongado) ou descontinuação da terapêutica. Pacientes com doença de Addison devem ser educados sobre a sua doença, nomeadamente aconselhando o uso de uma pulseira com informação médica resumida. É essencial também fornecer ao doente um esquema de ajuste da corticoterapia em situações de doença, acidentes, previamente a pequenas cirurgias ou de exercício físico extenuante. Apresentamos assim o caso de uma situação emergente com perigo de vida para o doente que poderia ter sido evitada caso fossem prestados ensinos prévios sobre o ajuste terapêutico.