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DOENÇA RENAL POLIQUISTICA NO SERVIÇO DE URGÊNCIA
Doenças Renais - E-Poster
Congresso ID: P810 - Resumo ID: 1736
Hospital Central do Funchal, SESARAM EPE, Funchal, Portugal
Rafael Nascimento, Fabiana Gouveia, João Miguel Freitas, Rita Vieira, Luz Brazão
Introdução
Apresenta-se uma doença renal poliquistica autossómica dominante (DRPAD), diagnosticada no serviço de urgência em contexto emergente, salientando-se a importância da história clínica e exame objetivo perante um diagnóstico rápido e abordagem adequada.

Caso Clínico
Sexo feminino de 53 anos de idade com antecedentes de hipertensão arterial recorre ao serviço de urgência (SU) por quadro com vários meses de evolução de náuseas, vómitos, astenia e oligúria. Ao exame objetivo apresentava-se calma, eupneica, consciente, colaborante destacando-se palidez cutânea, abdómen indolor à palpação profunda com massa palpável no flanco direito e outra no flanco esquerdo de limites mal definidos cuja superfície era nodular. Pela presença de quadro de evolução progressiva aliado aos achados clínicos levantou-se a hipótese de insuficiência renal crónica por possível doença poliquistica renal ou por quadro de ureter hidronefrose bilateral por obstrução infra-vesical.
Da investigação realizada destacava-se a presença de uma anemia normocromica/normocitica com hemoglobina de 4.8 g/dL com 25.000 plaquetas, uremia (478 mg/dL), creatinina de 21.87 mg/dL, hipercaliemia de 6.0 mEq/L e acidose metabólica (pH 7.08, pCO2 24.4 mmHg e HCO3- 7.3 mmol/L).
Nesse sentido realizou ecografia renal e vesical que mostrou rins aumentados com perda da diferenciação cortico-medular, substituídos por múltiplos quistos de dimensões variáveis e paredes anfractuosas, em relação com DRPAD. A doente iniciou terapêutica de substituição da função renal (TSFR) com melhoria clínica acabando por ter alta ao fim de 6 dias de internamento.

Discussão
Apresenta-se um diagnóstico de DRPAD realizado no SU, em contexto emergente salientando a importância que a história clínica e o exame objetivo possuem perante a marcha diagnóstica do internista no SU. O caso em questão exemplifica igualmente a necessidade do internista em ter presente as indicações de TSFR em contexto de urgência, com o intuito de não promover atrasos no tratamento correto destas patologias.