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UMA NEOPLASIA RARA
Doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais - E-Poster
Congresso ID: P293 - Resumo ID: 1742
Centro Hospitalar e Universitário de São João
Luís Vieira Lemos, José Costa, Gonçalo Rocha, Jorge Almeida
O feocromocitoma é uma neoplasia rara cuja tríade sintomática clássica consiste em cefaleias esporádicas, hipersudorese e taquicardia. Contudo, grande parte dos doentes não se apresentam com esta tríade. Os autores apresentam o caso de uma doente do sexo feminino, de 62 anos de idade, com diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, previamente medicada com lisinopril + hidroclorotiazida 20+12,5mg e lercanidipina 10mg, encaminhada do médico de família para a consulta externa de medicina interna por hipersudorese e difícil controlo tensional. A doente referia episódios frequentes de sudorese, sem fator desencadeante ou relação com o ciclo circadiano e perda de peso de cerca de 10Kg no último ano. Negava outras queixas, nomeadamente cefaleias, dor torácica ou palpitações, perda de apetite, rash ou prurido. O estudo analítico efetuado mostrou elevação do ácido vanilmandélico na urina de 24h (17.2 mg/24h), norepinefrina 1218 ug/24h e normetanefrina 3965 ug/24h. Fez TC abdominal que revelou nódulo sólido com 27x22x38mm na dependência da glândula suprarrenal direita, a traduzir provável feocromocitoma. Realizou cintigrafia com MIBG-I-123, não sendo evidente captação do fármaco pelo nódulo suprarrenal, nem qualquer outra imagem que seja compatível com lesão com expressão aumentada de transportadores noradrenérgicos. Por se encontrar sintomática, iniciou terapêutica com fenoxibenzamina 10mg de 12/12h, com franca diminuição da hipersudorese e melhoria do controlo tensional. Foi submetida a adrenalectomia unilateral que decorreu sem intercorrências, tendo suspendido no pós-operatório a medicação anti-hipertensora. A anatomia patológica da lesão foi compatível com feocromocitoma, sem envolvimento neoplásico nas margens de exérese. A doente mantém-se assintomática desde a cirurgia, sem palpitações ou hipersudorese e, de momento, sem necessidade de reintrodução de qualquer terapêutica anti-hipertensora. Analiticamente sem elevação do doseamento das catecolaminas urinárias.