ESTUDO DA PREVALÊNCIA E CONTROLO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL, DA DISLIPIDEMIA, DA DIABETES MELLITUS E O SEU CONTRIBUTO PARA O RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL NA ARS NORTE. AVALIAÇÃO DAS DIFERENÇAS URBANO/RURAIS E INTERCONCELHIAS.
1 – Programa Nacional para as Doenças CérebroCardiovasculares da DGS; 2 – USF Covelo, ACES Porto Oriental, ARS Norte; 3 - AI4Health CINTESIS; 4 – IINF
Mário Espiga de Macedo1; Tiago Taveira-Gomes1,2,3,4, Maria Espirito Santo1,5, Pedro Marques da Silva1,6 Rui Cruz Ferreira1,7
A Hipertensão arterial continua a ser o principal factor de risco das doenças cardiovasculares, aliado à importância da contribuição da dislipidemia, da diabetes e da obesidade no desenvolvimento das DCV. A melhor efectividade e rentabilidade dos serviços de Saúde, só pode ser obtida com o conhecimento promenorizado e descriminado das populações que trata. Fomos por isso estudar a realidade epidemiológica de toda a população inscrita nos serviços da ARS Norte.
Métodos
Análise da base de dados dos CSP da ARS Norte em Junho de 2018, com cerca de 3 milhões de utentes com idade superior a 18 anos. Foram calculadas as prevalências e controlos da hipertensão arterial (HTA), dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2 (DM2) com base dos registos biométricos. O controlo da HTA, dislipidemia e DM2 foi calculado de acordo com as recomendações da SEC.
Resultados:
A prevalência da HTA foi de 31,2%, mais elevada nos homens (29,9%) do que nas mulheres (32,3%), com um controlo de 48,9% e 54,8% respetivamente no sexo masculino e feminino. Contudo a prevalência é mais elevada em Bragança (38,6%) e menos no Porto (30,5%), com grande variabilidade interconcelhia. Em relação às dislipidemias, esta foi mais prevalente nos homens (33,6%) do que nas mulheres (29,9%), e mais prevalente nas zonas rurais (Vila-Real com 37,4%) do que nas urbanas (Porto com 31,5%), e com grande variabilidade interconcelhia. O mesmo padrão existe para a diabetes, mais prevalente em Vila-Real (8,6%) do que em Braga (6,5%). Por sua vez é Vila-Real onde existe melhor controlo (62%) e Bragança onde ele é menor(58,1%). Os dados analisados permitiram concluir que cerca de 23% da população do Norte de Portugal tem um risco cardiovascular muito alto e está localizada preferencialmente nas zonas rurais.
Conclusões
O presente estudo permite afirmar em relação às patologias analisadas, que o controlo da hipertensão arterial e da diabetes atingiram níveis muito satisfatórios. Já o mesmo nao se pode dizer em relação às dislipidemias. Mas deve-se salientar as enormes assimetrias encontradas, para as diferentes patologias, das zonas rurais em relação às
zonas urbanas. Contudo verifica-se uma grande variabilidade/assimetria interconcelhia no estudo das mesmas variáveis.
Os resultados encontrados deverão ser considerados, quando se abordam os problemas de saúde e a estratégia do seu tratamento na região Norte